Três equipas de bombeiros da Cruz Branca, de Vila Real, vão ser colocadas nas aldeias mais distantes do quartel, na fase mais crítica de incêndios, para uma vigilância, deteção e intervenção mais rápida e apoio às populações.
O comandante da Corporação da Cruz Branca, Orlando Matos, disse hoje que acredita que a presença dos operacionais no terreno está a ajudar a dissuadir a ocorrência de fogos por dolo. O plano está a ser aplicado desde 2015 e foi reforçado em 2020.
Em 2021, são três equipas, num total de 15 operacionais, com os respetivos carros de combate que estarão em prontidão 24 sob 24 horas a partir de quinta-feira (01 de julho) e até 30 de setembro.
Instalados na Casa da Guarda da Manta, na serra do Alvão, no Centro Desportivo de Benagouro e na Casa da Lameira, em Mondrões, ambos na serra do Alvão, os bombeiros ficam mais próximos das aldeias da sua área de intervenção.
Pretende-se encurtar o tempo de resposta às ocorrências e, ao mesmo tempo, esclarecer dúvidas dos populares sobre limpeza dos terrenos ou a queima de sobrantes.
Os objetivos da iniciativa são: a vigilância dissuasora, a antecipação da resposta por via do pré-posicionamento dos meios de combate para intervenção imediata, deteção e alerta oportuna de incêndios rurais, despacho imediato no ataque inicial, domínio de incêndios na sua fase inicial, reforço rápido dos teatros de operações (TO) e limitação do desenvolvimento catastrófico de incêndios rurais.
Na terça-feira foram assinados os acordos de colaboração que permitem o aquartelamento nos operacionais no terreno e o fornecimento das respetivas refeições de almoço e jantar.
O acordo envolve um total de 20 entidades, desde a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), juntas de freguesia, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) locais, associações e conselhos diretivos de baldios.
“São equipas que estão muito mais próximas das possíveis ocorrências (…) Estou convencido que, em caso de haver fogos ou outro tipo de acidentes, estas equipas, pela sua proximidade, terão maior capacidade de agir e de controlar qualquer ocorrência que venha a acontecer”, afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos.
Esta é, na sua opinião, “a prova de que, quando as pessoas se juntam trabalham articuladas e trabalham em prol do bem comum, é possível avançar e encontrar boas soluções”.
“Este é um bom exemplo que queremos ver replicado em muitas outras áreas”, salientou o autarca.
O trabalho dos operacionais nas aldeias complementa também a ação das duas equipas de intervenção permanente (EIP) e mais uma terceira só dedicada a incêndios rurais, que permanecerão no quartel da Cruz Branca.
As equipas fazem parte do dispositivo especial de combate a incêndios rurais (DECIR) de 2021, pelo que o comandante Orlando Matos ressalvou que estes bombeiros estarão também disponíveis para reforçar o combate noutros locais do distrito de Vila Real.
Em 2020, contabilizaram-se 104 ocorrências de incêndio e 24 hectares de área ardida no concelho de Vila Real.