A Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar deixou de pagar o apoio mensal que dava aos Bombeiros. O presidente da corporação, e ex-candidato à Câmara, diz que é retaliação política. A autarquia acusa a corporação de quebra de protocolo.

Desde o mês de Setembro do ano passado que os Bombeiros de Vila Pouca de Aguiar não recebem os cerca de 5500 euros mensais que a Câmara Municipal lhes pagava, no âmbito de um protocolo de 1993.

Em troca da quantia, além de acções no âmbito da protecção civil e da prestação de socorro às populações, os bombeiros cediam também à autarquia um pavilhão desportivo.

No entanto, há cerca de seis meses que a Câmara Municipal não transfere o valor em causa. E nem o voltará a fazer, uma vez que o protocolo já foi denunciado em reunião de Câmara.

O presidente dos Bombeiros, José Quinteiro, não se conforma, e garante que se trata de \"retaliação política\", por ter sido candidato pelo PS nas últimas autárquicas. No entanto, o JN sabe que a autarquia alegará que foram os Bombeiros a quebrar o protocolo, ao terem deixado de abastecer de água algumas populações, quinze dias antes das eleições.

Carro avariado

\"Só deixamos de abastecer, entre 20 a 30 de Setembro, porque tínhamos o carro avariado. A Câmara entendeu que era retaliação política, boicote, mas não foi nada disso\", garante Quinteiro, revelando que até chegou a mandar para a Câmara as facturas da reparação do veículo, para provar que o carro esteve mesmo avariado e que o facto nada teve a ver com questões políticas.

No entanto, o documento parece não ter convencido o executivo, que continuou a não transferir a verba. Entretanto, Câmara e Bombeiros já reuniram, mas não houve consenso.

\"Eles queriam que apresentássemos um projecto onde disséssemos o que poderíamos fazer pela protecção civil no concelho, mas eu entendi isso como uma ingerência da parte deles\", disse, ao JN, José Quinteiro, que está na direcção dos bombeiros há sete anos.

A próxima direcção da corporação será eleita em Janeiro próximo.

\"Eu só quero ver se um dia há um incêndio e não dinheiro para gasóleo!\", alerta o dirigente da corporação, lembrando que agora terá que fazer uma gestão apertada do \"pé de meia\" conseguiu nestes anos.

Apesar das várias tentativas, o JN não conseguiu ouvir sobre o assunto, nem o presidente da Câmara nem o vereador responsável da área.



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