Alunos brasileiros escolhem capital de distrito para sede da Associação Nacional dos Estudantes Brasileiros em Portugal, criada para reunir núcleos e centralizar informações num espaço específico.
Foi inaugurada na passada quarta-feira, dia 23 de maio, a sede da Associação Nacional dos Estudantes Brasileiros em Portugal (ANEB). E Bragança foi a cidade escolhida para receber um espaço que pretende congregar todos os núcleos espalhados pelo país, bem como disponibilizar informação.
Na cerimónia, para além do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, e do, ainda, presidente do Instituto Politécnico de Bragança ( IPB), Sobrinho Teixeira, marcaram presença 12 reitores de diferentes universidades e institutos federais brasileiros, entre outras individualidades.
Situada no Edifício do Principal, em pleno centro histórico da capital nordestina, a sede foi cedida pela Liga dos Combatentes, após intervenção do município brigantino e “fruto da boa relação” entre estas duas entidades. Já o facto desta associação ter sido criada em Bragança, resultou da vontade de um jovem brasileiro estudante do IPB e, atual, presidente da ANEBP. “Dentro da Associação de Estudantes Brasileiros do IPB (AEBIPB), nós criámos algumas atividades que se começaram a expandir, uma delas, por exemplo, foi o Encontro Nacional de Estudantes Brasileiros que foi criado pela AEBIPB. Esse evento tinha o propósito de circular por Portugal e na última edição, na Universidade do Algarve, nós observámos uma demanda, existiam muitos núcleos de alunos brasileiros espalhados pelo país, alguns muito bem organizados, outros nem por isso, e nós percebemos que esses núcleos não se conheciam, não estavam conectados”, começou por declarar Higor Cerqueira ao Diário de Trás-os-Montes que, para já, representa sete instituições de ensino superior nacionais. “Então foi aí que vimos a necessidade de conectar esses núcleos e ter uma instituição oficial que pudesse organizar essas informações e disponibilizá-las”, continuou o presidente da ANEBP, justificando que, “quando um aluno brasileiro pensa vir para Portugal estudar, não encontra essas informações segmentadas, num espaço específico, então essa é uma das missões da Associação Nacional, é centralizar descentralizando”.
Aproveitando para agradecer à Câmara Municipal por ter recebido “a sede com muito carinho e para todos nós brasileiros isso é incrivelmente fantástico”, Higor Cerqueira confessou que o dia da inauguração “foi o dia mais especial da minha jornada aqui em Portugal”, concluindo com a afirmação de que “Bragança já conquistou o destaque de uma cidade muito internacional”.
Nos dias 1, 2 e 3 de junho, os estudantes brasileiros voltam a organizar o Festival Brasil em Bragança, que terá lugar a partir das 16 horas na praça Cavaleiro Ferreira.
De uma cidade que acolhe, no total, cerca de 500 alunos brasileiros, o edil brigantino decide destacar caraterísticas que a definem como acolhedora e cada vez mais internacional. “Bragança tem imensas comunidades estrangeiras, recebe imensos alunos de variadíssimos países do mundo inteiro e, de facto, haver esta oportunidade do município poder dar o seu contributo para a instalação da sede da Associação Nacional dos Estudantes Brasileiros em Portugal aqui em Bragança é de todo relevante”, asseverou Hernâni Dias, consciente da importância crescente do ensino superior para o concelho da capital de distrito. ”Para além da dinamização da cidade levada a cabo por esta comunidade, esta sede permitirá, seguramente, que mais alunos a nível nacional e, inclusive, do Brasil, possam, também, vir estudar para Bragança”, sustentou o autarca que contribuiu, em larga medida, para tornar “o sonho possível”, dinamizando, simultaneamente, o centro histórico da cidade, dando, assim, cumprimento a um dos propósitos do seu programa eleitoral.
“Como o objetivo é que nós sejamos cada vez mais internacionais, o município decidiu assumir a responsabilidade de ceder este equipamento, não de forma direta porque o edifício não pertence à câmara, mas de forma indireta tratando de tudo aquilo que é necessário para disponibilizar o espaço a esta associação a troco de uma renda simbólica”, explicou Hernâni Dias, que frisa que o espaço estava desocupado e que esta cedência foi “fruto das boas relações entre a câmara e a Liga dos Combatentes”.
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