A XXXI Vuelta Ciclista Castilla Y León passa por Bragança a 15 e 16 de abril com um pelotão de 158 ciclistas que inclui Ricardo Vilela e algumas das mais importantes equipas da modalidade como a Movistar.
A capital do nordeste vai ser ponto de chegada e de partida da XXXI Vuelta Ciclista Internacional Castilla Y León que decorre de 15 a 17 de abril. Esta manhã foi apresentada à Comunicação Social pelas entidades competentes, quer portuguesas, quer espanholas, as caraterísticas e particularidades desta edição. Assim, a “Vuelta” arrancará no dia 15 de Alcanices para chegar a Bragança naquela que será a primeira etapa. A 16 de abril, o pelotão sairá, ainda, de Bragança até chegar a Fermoselhe naquela que será a conclusão da segunda etapa. No terceiro e último dia da competição, os ciclistas partirão de Salamanca até à meta final localizada no Alto de Candelario.
Ricardo Vilela será o cabeça de cartaz da “Vuelta”, pelo menos no que aos transmontanos diz respeito, já que o ciclista profissional é natural da cidade brigantina. “Vamos tentar fazer o melhor possível. O fato de conhecer o terreno dá-me alguma vantagem como deu o ano passado na Volta a Portugal”, recordou o ciclista profissional que, de momento, representa a equipa da Caja Rural.
Presente na apresentação que aconteceu na Sala de Atos do Teatro Municipal, esteve o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo que fez questão de frisar a boa relação que existe entre as federações de ambos os países, chegando ao ponto de combinarem as datas das provas para não coincidirem umas com as outras. “Estamos os dois países num cantinho da Europa e temos obrigação de cooperar. Esta corrida corporiza, no fundo, a nossa boa cooperação e, portanto, penso que é por aqui que devemos caminhar”, advogou Delmino Pereira.
A representar o lado espanhol, esteve o presidente da Real Federação Espanhola de Ciclismo. “Eu penso que as expetativas são muito boas porque o traçado é excelente. Todas as etapas irão acabar em alto e isso torna a competição mais interessante. Vai ser uma Vuelta espetacular pelo lado desportivo”, destacou López Cerrón, que fez questão de frisar que “seria bonito” ver Ricardo Vilela a ganhar a primeira etapa da competição que terminará em Bragança. “Assim seria um corredor português a ganhar e uma equipa espanhola. Penso que seria interessante e ele (Ricardo) tem a responsabilidade agora”, declarou o mais alto responsável pelo ciclismo em Espanha, que frisou, ainda, a “excelente relação” existente entre as duas federações, que contam com dois ex-ciclistas na presidência.
São mais de 600 pessoas envolvidas na organização da “Vuelta”, naquela que é considerada uma estrutura massiva e que contará ao longo de todo o trajeto com transmissão televisiva. “Este é o melhor pelotão, melhor inclusive que a Volta a Portugal, pois é uma prova internacional e que conta com a melhor equipa do ranking, a Movistar”, declarou o diretor da organização no final da conferência de imprensa, confiante de que “vai haver muita gente na estrada”. De acordo com Carlos Pereira, o pelotão será constituído por 17 equipas de vários países e 158 ciclistas.
Quem também esteve presente na Sala de Atos foi um já vencedor de várias etapas da Vuelta a Espanha nos anos de 87, 91 e 92. Questionado pelo Diário de Trás-os-Montes se na altura o ciclismo era muito diferente daquele que é praticado hoje em dia, Laudelino Cubino foi perentório em afirmar que sim. “O ciclismo tornou-se um desporto global com a presença de todos os países do mundo. Há uns anos, as equipas eram europeias e, hoje em dia, são de qualquer canto do mundo. As próprias estruturas mudaram, as organizações das equipas são muito maiores, tudo cresceu”, analisa o ex-ciclista, que antecipa uma boa competição, dado o percurso de montanha existente na região, pese embora “seja uma carreira pequena de três etapas”.
Com Bragança bem no epicentro desta prova rainha em Castilha Y León, a “Vuelta” representa uma mais-valia para o concelho, não só a nível desportivo como, também, económico e turístico. Tanto assim que o edil brigantino chegou mesmo a lançar o desafio às entidades espanholas presentes para, no futuro, ponderarem alterar o nome para “Vuelta Castillha, León & Bragança”. Caso o desafio fosse concretizado, Hernâni Dias garante que, também, os apoios seriam outros e teriam da câmara um claro e sério compromisso que a edilidade faria questão de honrar.
“O desafio de alterar o nome é correto. Acho que sim, que faria todo o sentido. Os apoios, depois, nós encontraríamos formas de os conseguir. De qualquer forma, queria falar sobre esta 31ª edição da Vuelta Ciclista Castilla Y León e dizer-vos que é o seguimento daquilo que tem sido a aposta nesta modalidade. Bragança tem tido cada vez mais a preocupação de apostar no desporto, neste caso concreto no ciclismo e isto insere-se numa estratégia de promoção do território e captação de algum desenvolvimento económico, sendo que estas provas têm sempre um retorno financeiro muito importante”, explicou o "anfitrião" bragançano, que, em pleno momento discursivo, sublinhou que “a aproximação dos povos faz-se através do desporto”, sendo este acontecimento em abril um explícito exemplo dessa afirmação.
