Depois de Lisboa e Loures, Bragança é, agora, a terceira cidade portuguesa convidada a integrar a Street Art Cities , uma plataforma de âmbito internacional que conta com 187 cidades de 58 países e 12 mil intervenções em espaço público.
Na conferência de imprensa de apresentação da terceira edição do Festival de Street Art, o município revela que Bragança foi convidada a integrar a Street Art Cities. Uma plataforma de âmbito internacional que conta com 187 cidades de 58 países e cerca de 12 mil intervenções concebidas em espaço público. Em Portugal, somente duas cidades integravam esta rede de arte urbana, Lisboa e Loures. Bragança é, agora, a terceira cidade a constituir-se como parceira da Street Art Cities. “Este convite significa o reconhecimento, em primeiro lugar, pelo trabalho que o município de Bragança tem vindo a desenvolver nesta área e, em segundo, significa entrar para um leque restrito de municípios a nível nacional e até internacional, onde o conceito de arte urbana é devidamente reconhecido”, começa por declarar o edil brigantino, confessando que este “é um convite extremamente lisonjeiro", até porque, sustenta, "em Portugal, apenas duas cidades integram a plataforma”.
De acordo com Hernâni Dias, foi criada “a possibilidade do próprio município entrar neste roteiro de âmbito mundial que nos há-de levar, seguramente, a novos projetos e até novos voos, tendo em conta a quantidade de intervenções que fazem parte desta plataforma e os milhares ou milhões de pessoas que visualizam este tipo de trabalhos”. Tamanho reconhecimento, sublinha o autarca, “significa que Bragança está a dar um salto na promoção, uma vez mais, do nosso território por via da arte urbana”.
“Transformar o rosto da cidade” através da arte urbana é uma visão partilhada por Alex Dorici, Frederico Draw & Contra, The Caver, ARM Collective (Gonçalo Mar e Ram), Trip Dtos, Lucky Hell e Duarte Saraiva, os nove artistas convidados na terceira edição do Festival de Street Art de Bragança, que acontece entre os dias 13 e 17 de junho. Motivados pela criação, estes jovens visam através das suas intervenções dotar de cor, sentimento e até de um entusiasmo palpável as paredes, os edifícios e os bairros, inclusive, acabando, assim, por modificar a própria imagem que é projetada pela capital de distrito que os acolhe. A estes visionários da arte urbana do século XXI, juntar-se-ão alunos famintos de conhecimento, estudantes de arte de alguns agrupamentos e estabelecimentos de ensino.
A terceira edição do SM’ARTE trará à capital de distrito diversas iniciativas pioneiras na região como o Mercado de Rua, a Praça dos Artistas, Estátuas Vivas e Desporto de Rua, entre vários outros espetáculos.
Esta edição ficará, também, marcada por uma forte componente competitiva. Pela primeira vez, o Desporto de Rua irá associar-se à street art com exibições de Slackline entre 15 e 17 de junho no jardim em frente ao café Floresta e com um torneio de 3x3 de street basket que acontecerá no dia 16 na Praça da Sé. O Slackline é um desporto radical que consiste numa linha dinâmica, esticada entre dois pontos fixos, o que permite ao praticante andar e fazer manobras sobre uma das quatro linhas que estarão disponíveis para todos os aventureiros que desejem experimentar. Serão, também, instaladas linhas de Trickline, uma vertente de freestyle da modalidade, onde o campeão nacional Rui Mimoso fará uma série de demonstrações.
Outra das iniciativas, inserida no Festival de Street Art, é a Praça do Artista. Da responsabilidade da Plataforma de Arte e Criação de Bragança, pretende-se aqui promover a criatividade junto da comunidade através de um conjunto de workshops de livre participação, entre os quais, pintura com especiarias e em acrílico, escultura e modelagem de máscaras tradicionais.
Nesta terceira edição do festival de arte urbana, haverá uma feira de artigos usados de 15 a 17 de julho no jardim Dr. António José de Almeida. Com entrada livre e aberto das 10 às 20 horas, no Mercado de Rua poderá vender, comprar e trocar artigos em segunda mão como, por exemplo, artesanato, vestuário, calçado, acessórios, brinquedos, livros e discos. Quem quiser participar, deve inscrever-se até ao dia 8 de junho, sendo a inscrição gratuita.
Os mais pequenos não foram esquecidos pelo município brigantino, já que haverá um Espaço Infantil com pinturas faciais, modelagem de balões, oficinas criativas de ciências e muitas outras surpresas. Outra das novidades será a animação de rua com desenho de caricaturas, sessões de teatro e música ao ar livre e dez estátuas vivas espalhadas pelo centro da cidade. Tudo entre os dias 15 e 17 de julho.
Bragança conta, atualmente, com cerca de 30 intervenções de street art em espaço público, afirmando-se cada vez mais, a nível nacional, como uma referência na arte urbana.
O Mundial terá, também, um lugar de destaque à semelhança do que aconteceu no Campeonato Europeu de Futebol. Rodeado por tasquinhas, um ecrã gigante será instalado na Praça Camões, onde o pontapé de saída será dado com a estreia de Portugal que, no seu primeiro jogo, enfrenta a vizinha Espanha. Após a partida de futebol, a presença do radialista e dj Fernando Alvim promete animar uma noite que se espera ser de festa, sobretudo, se a Seleção das Quinas se sagrar vitoriosa frente à antiga campeã da Europa e do Mundo.
Quanto às intervenções a serem realizadas pelos nove artistas convidados nesta terceira edição do Festival de Street Art, Hernâni Dias assegura que os munícipes irão ficar “surpreendidos”, não só pela qualidade dos trabalhos, mas também pelos sítios onde alguns deles serão concretizados, adiantou o autarca sem, no entanto, sem querer levantar a ponta do véu e estragar a surpresa, pelo menos para já. Sobre toda a dinâmica criada ao redor do festival, o autarca garante "o retorno da visibilidade, do reconhecimento e até da própria inclusão em alguns meios da especialidade que tratam este tema da arte urbana de forma muito clara e objetiva", reiterando que tal facto "representa um retorno importante no que à promoção diz respeito”.
Perfeitamente consciente de que, “hoje em dia, se trabalha muito o aspeto visual das cidades", Hernâni Dias, frisa, sobretudo, "a reabilitação de alguns espaços que, por vezes, nós nem nos apercebemos que estão ali e que, inclusivamente, até podem estar degradados e com estas intervenções de arte urbana podem passar a ter uma nova utilidade e darem até um contributo positivo para a atratividade da cidade”.
“O embelezamento da cidade através destas intervenções artísticas faz com que Bragança tenha mais cor, mais vida”, exprime o edil brigantino, que conta que, frequentemente, pessoas de fora o questionam sobre algumas das intervenções urbanas no município a que preside como, por exemplo, as realizadas pelo artista Bordalo que já esteve na capital do nordeste, em trabalho, por duas ocasiões distintas. “A mim perguntam-me como é que nós aqui já conseguimos intervenções do Bordalo”, relata Hernâni Dias, asseverando que as pessoas “reconhecem essa qualidade”.