O presidente da câmara municipal de Bragança desafiou hoje o ministro das Infraestruturas a “dar um murro na mesa” e a retirar a carreira pública regional aérea de Cascais para a devolver à Portela.
“Mais uma vez, o custo da interioridade está aqui presente, principalmente nos extremos, em Bragança e em Portimão(…). É mau que neste momento o ministro das Infraestruturas não dê um murro na mesa para acabar a história”, considerou Paulo Xavier aos jornalistas, à margem das comemorações dos 149 da Polícia de Segurança Pública naquele distrito.
Para o autarca brigantino, a solução passaria por “retirar já da cidade de Cascais” a ligação aérea regional, voltando o avião que liga o interior à capital do país a aterrar no Aeroporto Humberto Delgado.
“Nunca devia ter saído da Portela”, enfatizou Paulo Xavier, dizendo que Miguel Pinto Luz tem agora uma oportunidade para reparar a situação.
“(…) É mais prático para quem está em Bragança e quer ir ao centro da cidade de Lisboa. Em Cascais, estamos uma hora e tal para chegar ao mesmo local. Seria agora uma boa indicação”, considerou o presidente social-democrata.
A linha aérea regional Trás-os-Montes/Algarve (Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão) continua interrompida por restrições impostas, em 03 de março, pela gestora do aeródromo Municipal de Cascais, a Cascais Dinâmica, pela falta de pagamento de uma alegada dívida da empresa responsável pela ligação.
Em causa está uma divergência acerca de uma suposta dívida de taxas de ‘handling’ no valor de 107 mil euros acrescidos de IVA (ou uma dívida de 132.471,95 euros, segundo a autarquia) que a Cascais Dinâmica exige, mas que a transportadora considera “não ser devida”.
A empresa responsável pela ligação aérea Bragança-Portimão, a Sevenair, reconheceu hoje que aceita pagar as taxas em dívida no Aeródromo Municipal de Cascais quando o Estado a reembolsar do que lhe deve, “para voltar à operação”.
Segundo a Sevenair tinha avançado dia 19 de fevereiro, esse montante em falta seria àquela data de cerca de 1,5 milhões de euros.
“Antes da negociação, esta postura é lamentável Tive a oportunidade de falar com quem de direito e fiz o apelo para que houvesse uma mediação (…)”, partilhou Paulo Xavier, dizendo assim que “Cascais não esteve bem” porque colocou em causa as pessoas que usam este serviço.
Para o autarca, é óbvio que “alguém tem de pagar a alguém”, assim como é necessário reparar a paragem, que já leva mais de uma semana, do serviço público.
“Há uma semana e tal que não prestam o serviço. Tem de ser retirado ou então reposto noutras condições. Diria o seguinte: isto é uma tremenda trapalhada”, concluiu Paulo Xavier.
A Lusa tentou contactar o Ministério das Infraestruturas e Habitação, ainda sem resposta.