Algumas crianças de Bragança estão a aprender xadrez, no âmbito de um projeto europeu em que participa uma instituição local que apresentou hoje um manual sobre o jogo que pode vir a fazer parte dos currículos escolares.

O potencial desta modalidade para a aprendizagem, desenvolvimento e reabilitação levou quatro instituições de outros tantos países europeus a apostarem num projeto financiado pelo programa Erasmus+, que no último ano tem levado o xadrez a escolas-piloto.

O projeto termina no final do ano com um manual para professores apresentado hoje, em Bragança, pela Academia do Centro Social e Paroquial dos Santos Mártires, parceiro num consórcio de quatro instituições, que envolve ainda as federações de xadrez de Barcelona (Espanha) e da Letónia e tem como coordenador o Centro Educativo e Desportivo Nacional de Itália.

As quatro instituições do projeto “Black and White Sport Chess” estiveram envolvidas na elaboração do manual “Modelo de curso de xadrez para escolas do primeiro ciclo” que foi hoje entregue aos professores do Centro Escolar da Sé, em Bragança.

O manual tem como propósito, como explicou o representante do parceiro português, Sérgio Conde, “dar mais competências aos professores para conseguirem ensinar crianças na faixa etária entre os seis e os sete anos a jogar xadrez”.

O projeto surge, segundo explicou, “fruto de uma normativa da União Europeia que visa que, a curto, médio prazo, o xadrez deverá ser incluído nos currículos educativos enquanto disciplina obrigatória”.

“Há vários estudos científicos que comprovam que o xadrez é uma ferramenta de estimulação cognitiva bastante importante, também de estimulação psicomotora e também de reabilitação”, observou, sublinhando que a ideia do projeto é aproveitar “o potencial em torno desta modalidade”.

No último ano, Sérgio Conde foi monitor e responsável por um programa de 25 horas na escola-piloto do Campo Redondo, pertencente ao Centro Escolar da Sé, que tinha como modelo ajudar os alunos na “capacidade de raciocínio, de desenvolvimento intelectual, do cálculo e atividade psicomotora com a ajuda de tabuleiros de xadrez gigantes.

Os promotores estão a pensar numa próxima edição do Erasmus+ para desenvolver manuais para outras faixas etárias.

Livros como o que foi hoje apresentado em Bragança, “podem ajudar a que o xadrez possa chegar a mais idades e a mais escolas”, na opinião de Ricardo Batista, vice-presidente da Associação Distrital de Xadrez de Bragança.

A associação tem em curso um projeto com as três maiores câmaras do distrito, nomeadamente Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, para organizarem, a partir do próximo ano, um torneio em cada uma destas cidades por ano, sendo que a primeira será Macedo de Cavaleiros.

Macedo de Cavaleiros e Mirandela são os únicos concelhos com clubes de xadrez no distrito de Bragança, mas a modalidade existe por toda a região via desporto escolar, como sublinhou o vice-presidente da associação.

O xadrez chegou também aos mais jovens da região através do torneio anual que a União de Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo de Bragança promove há 10 anos, recordou o presidente Telmo Afonso.

Segundo disse, o torneio junta uma média de “70 a 80” jovens de todo o distrito de Bragança e este ano também de Lamego e de Chaves, no distrito vizinho de Vila Real,



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