A Câmara e a Associação Comercial de Bragança querem criar um Bairro Comercial Digital com mais de 400 estabelecimentos para ajudar a melhorar a imagem e qualidade do comércio e serviços, divulgaram os promotores.

As duas entidades fizeram saber, em comunicado, que “será apresentada até ao final de março, a manifestação de interesse na candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência(PRR), que prevê a criação de 50 Bairros Comerciais Digitais no país".

“Bragança quer posicionar-se na linha da frente para garantir uma candidatura vencedora, podendo o incentivo, a fundo perdido, chegar aos dois milhões de euros”, lê-se no comunicado.

Para sustentar a pretensão, a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ASCIB), parceira do projeto, fez o levantamento dos estabelecimentos de comércio e serviços existentes na área que a promotora, a Câmara Municipal, se propõe intervencionar.

A ACISB refere que foram contabilizadas 438 em toda a zona central e centro histórico da cidade e realizados inquéritos a “uma amostra que representa 25% dos potenciais beneficiários”.

Os inquéritos tiveram como finalidade “aferir os índices de digitalização bem como o nível de interesse dos comerciantes” e concluiu-se que “18 % dos comerciantes e prestadores de serviços inquiridos não têm presença digital atuante”.

De entre os que têm presença assídua no mundo digital, 97% usam o Facebook, 37%já têm website e apenas 4,3% usam plataformas de marketing digital”.

Esta auscultação evidenciou também que “a nível da segurança informativa, basicamente os comerciantes usam antivírus, sendo residual a utilização de sistemas mais complexos de cibersegurança”.

O Bairro Comercial Digital “responde precisamente a esta lacuna latente no empresário local” e “prevê, entre outras ações, a criação de plataformas digitais e marketing digital, que pretendem aumentar a lógica de eficiência e qualidade do comércio e serviços”.

“Para além das plataformas e outras soluções digitais, o projeto prevê a instalação de tecnologia de utilização pública no espaço urbano, recuperação de fachadas, mobiliário urbano, entre outras”, concretizam.

Uma das ideias que está a ser trabalhada “é a possibilidade de aquisição de mobiliário urbano privado para as esplanadas, pretendendo uniformizar a imagem do comércio que acontece no espaço exterior, criando uma identidade harmoniosa”.

O conceito, como se refere no comunicado, já existe em países europeus como Itália e França, “com ganhos significativos na competitividade e criação de uma imagem mais atrativa”.

“Nesses casos verificou-se, em média, um aumento no volume de negócios diretos entre os 15 a 20% para os comerciantes das respetivas zonas digitais”, salienta.

A ASCIB esclarece ainda que “a adesão às soluções que venham a ser criadas em Bragança não terá quaisquer custos para os empresários”.

Se a candidatura for aprovada, os comerciantes serão novamente ouvidos na definição das “ações concretas a implementar, estimando-se que o projeto esteja em condições de avançar no final do corrente ano”.



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