Lusa
A vereadora da Cultura da Câmara de Bragança, Fernanda Silva, desafiou hoje os concelhos da região com legado judaico a juntarem-se para trabalharem em projetos conjuntos sobre a presença e a cultura sefardita.
O desafio foi lançado nas jornadas de balanço dos dois congressos Terras de Sefarad que têm permitido fazer um trabalho de recolha e divulgação visíveis num centro de interpretação e um memorial e um arquivo que será disponibilizado em breve para estudiosos da temática.
Bragança quer agora chamar a este trabalho “outros municípios, outros territórios das Terras de Trás-os-Montes onde esta presença sefardita também é muito forte”, como disse à Lusa a vereadora.
“E isso vai acontecer possivelmente já no próximo Terras de Sefarad. Esse é o grande desafio que vamos lançar, é de facto criar sinergias a partir de Bragança, e trazer, para esta e outras temáticas, outros territórios que também são importantes e trabalharmos de facto em conjunto porque juntos somos muito mais fortes”, concretizou.
O congresso internacional Terras de Sefarad realiza-se de dois em dois anos, em Bragança, mas também outros concelhos da região têm apostado nesta temática do legado judaico.
A vereadora da Cultura acredita que é possível criarem em conjunto “um roteiro da cultura sefardito-judaica” e envolverem-se em outros projetos e possibilidades de candidaturas.
Ainda este ano, Fernanda Silva, promete que em Bragança será possível “ver algo de diferente” com “o arquivo de memórias que pretende ser um centro de investigação para aqueles que querem estudar melhor a temática.
A ideia é também, a partir dele, “criar residências em torno do estudo da temática sefardito-judaica neste território”.
“Só nos falta fazer uma coisa que é trazer os mais jovens para esta temática. Eles perceberem que isto faz parte da sua entidade, da sua memória e que é importante conhecermos o nosso passado, o que fomos, para percebermos também o que somos hoje”, apontou.
Com as diferentes atividades e equipamentos que têm sido desenvolvidos, o município de Bragança tem como objetivo “potenciar o conhecimento em torno deste temática, provocar os brigantinos para o conhecimento da cultura judaico-sefardita, para perceberem que este foi um território muito importante para esta comunidade, que ainda persistem muito descendentes de judeus em Bragança”.
“Muitas vezes pela própria história, pela própria contingencia histórica e dificuldades pelas quais foram passando, muitos reveem-se, mas não se revelam. Ainda há alguma dificuldade nesta revelação e o tratarmos esta temática desta forma abrangente, fazemos perceber às pessoas que estes constrangimentos que existiram em tempos com a comunidade judaica ainda hoje persistem com outros povos, que ainda é uma temática presente”, declarou.
