As exposições “Proporção e Desígnio”, de Souto de Moura, e “Diários sem ordem – As imagens e as palavras”, de Graça Morais, foram inauguradas este sábado no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais.

 

Decorreu este sábado, dia 18 de fevereiro, a inauguração das exposições “Proporção e Desígnio”, de Eduardo Souto de Moura, e “Diários sem ordem - As imagens e as palavras”, de Graça Morais. Na cerimónia, que teve lugar no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM), pelas 15 horas, estiveram ambos os protagonistas das mostras artísticas.

Eduardo Souto de Moura decidiu trazer, naquela que é a sua primeira exposição em Bragança e naquela que é, também, a primeira exposição de arquitetura a ser acolhida pelo CACGM, obras como a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, o Estádio Municipal de Braga, a Pousada de Santa Maria do Bouro, o edifício Burgo, no Porto, entre outras, onde se comparam esquissos com fotografias, de forma a evidenciar a coerência entre a conceção e a construção do objeto arquitetónico, “entre a proporção da invenção e o desígnio da matéria”.

O vencedor do Prémio Pritzker confessou aos jornalistas o quanto foi difícil aceitar o convite. “Os arquitetos porque se interessam pelas obras e lutam para que elas fiquem bem vão até à última e, portanto, eu queria que fossem retificadas algumas coisas aqui e disse que só vinha quando arranjassem isto. Ainda não arranjaram, mas, pelo menos, tenho a promessa”, referiu Souto Moura, já no final da cerimónia, brincando, com um ironia e um humor negro próprios da Invicta que, correndo os olhos pela exposição, “fico cansado de ver o quanto trabalhei”.

Ainda no seguimento da conversa, o Diário de Trás-os-Montes perguntou ao edil brigantino qual o papel da câmara municipal na vinda do arquiteto a Bragança, até porque no seu discurso de abertura, Souto Moura fez alusão ao facto de que foi a insistência do município que o “convenceu” a expor na capital nordestina. “A perseverança que tivemos para conseguirmos convencer Souto Moura a trazer esta exposição a Bragança foi bastante. Havia alguma reserva, se calhar, a início, para a concretização desta exposição, mas fizemos ver ao arquiteto que seria importante trazer aqui uma parte importante da sua obra”, asseverou Hernâni Dias, deixando no ar a possibilidade de outros projetos serem realizados em parceria com Souto Moura.   

A segunda exposição a ser inaugurada foi a de Graça Morais, que expõe dezenas de trabalhos, na sua maioria inéditos que, “não obstante o campo fragmentário de temas e intervalos temporais que os originam, têm na associação da palavra escrita ao desenho e à pintura o denominador comum”.

“Muitas vezes acrescento a palavra, pois esta reforça a ideia que eu tinha quando comecei a fazer aquele desenho ou aquela pintura, mas, sobretudo, aquele desenho”, começou por afirmar a artista que, pela 19ª vez, expõe na “casa” a que empresta o nome. "Esta exposição “é feita de diários sem ordem porque eu, ao longo da minha vida, nos últimos 30 anos, comecei a fazer diários com essa intenção de completar certos desenhos, mas a palavra aqui serve realmente para reforçar a imagem”, sustentou a autora de "Diários sem ordem - As imagens e as palavras”.  

 


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