Desde anteontem que não se realizam ligações aéreas entre Bragança-Vila Real e Lisboa, uma carreira da responsabilidade da Aerocondor-Transportes Aéreos. Na origem do problema, estiveram as más condições atmosféricas, nomeadamente, o intenso nevoeiro que se fez sentir em toda a região transmontana e que impossibilita a aterragem em condições de segurança nos aeródromos de Bragança e Vila Real.
No entanto, a paragem temporária dos voos esteve também relacionado com a necessidade de a empresa aguardar o aval de certificação do Instituto Nacional de Aviação Civil ao novo equipamento instalado na aeronave, já autorizado e certificado pela ESASA, uma entidade de âmbito europeu que certifica alterações técnicas e modificações realizadas em aviões.
O novo equipamento, que evita que o avião entre em rota de colisão, foi instalado na aeronave que faz as ligações da carreira aérea Bragança-Vila Real-Lisboa e nos restantes aviões da empresa por imposição de nova legislação comunitária que obriga todos os aparelhos a possuírem esta tecnologia em todas as carreiras.
Trata-se de um investimento avultado para a empresa, mas que terá de ser concretizado. \"As viagens serão tecnicamente mais seguras\", referiu Fernando Lopes, director de marketing da Aerocondor.
Tecnologia útil
Alguns aviões da empresa estão parados enquanto aguardam a instalação e certificação do equipamento.
Em alguns casos, a Aerocondor recorre a aeronaves alugadas, mas no caso da carreira para o Nordeste Transmontano isso não é possível, porque a maioria dos aviões não pode aterrar no aeródromo de Vila Real.
A transportadora aérea já procedeu à instalação do equipamento, no valor de 200 mil euros, \"que, em caso de conflito de tráfego aéreo, pode evitar a colisão\", explicou Fernando Lopes.
Este tipo de tecnologia não vai ser de grande utilidade em Trás-os-Montes, pois a maioria do tráfego que aterra nos aeródromos de Bragança e Vila Real são avionetas ou aviões militares, que não possuem esta tecnologia.
Em Março do próximo ano, serão realizados mais alguns ajustamentos, nomeadamente, a substituição da agulha no aparelho que voa entre Bragança e Lisboa.
Ontem à tarde, a tripulação aguardava a autorização do Instituto Nacional de Aviação Civil e a melhoria das condições atmosféricas, uma vez que a visibilidade reduzida não permitia a aterragem das aeronaves com as condições de segurança necessárias.
Os responsáveis da empresa previam que a carreira aérea fosse retomada hoje, com as ligações normais.