Cerca de 800 homens e mais de 40 viaturas, em parada, “invadiram” a Avenida Sá Carneiro na manhã do dia 30 de maio, naquele que foi o momento alto das comemorações dos 12 anos da Brigada de Intervenção.
As comemorações do Dia da Brigada de Intervenção, sediada em Coimbra, iniciaram-se em Bragança no dia 26 de maio, com a realização de atividades didáticas para a população, uma exposição de material militar no Largo São João de Deus e, ainda, com rastreios médicos à população Bragantina, disponibilizados gratuitamente por uma equipa sanitária do Exército.
Já a cerimónia militar que representa o ponto alto das comemorações do 12º aniversário da Brigada de Intervenção, teve lugar no dia 30 de maio, pelas 11h30, na Avenida Sá Carneiro, tendo sido presidida pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte. No desfile apeado e motorizado das principais forças e meios que a Brigada de Intervenção, enquanto “Grande Unidade do Exército”, coloca ao serviço de Portugal e dos portugueses, marcaram presença cerca de 800 homens e mais de 40 viaturas militares.
No final da cerimónia, que durou, sensivelmente, hora e meia, o Chefe do Estado-Maior do Exército falou à comunicação social. Questionado pelo Diário de Trás-os-Montes sobre o desenvolvimento da Brigada de Intervenção ao longo dos 12 anos da sua existência e quais as suas aspirações enquanto “Grande Unidade do Exército”, Rovisco Duarte respondeu que “o que leva uma Brigada a ser Brigada é a sua capacidade operacional, a sua capacidade de trazer forças para o combate”, destacando a Brigada de Intervenção portuguesa como estando ao nível das melhor forças internacionais. “Logicamente, o que esperamos de uma Brigada é que haja capacidade e disponibilidade, do ponto de vista político-financeiro, para projetar forças dessa Brigada. Portanto, o que nós queremos é, estamos disponíveis para teatro, continuando no teatro de operações do Afeganistão, da República Centro-Africana ou outro teatro que venha a surgir”. Em suma e de acordo com o Chefe do Estado-Maior do Exército, a Brigada de Intervenção está bem e recomenda-se, quer em termos de equipamento, quer até a nível de recursos humanos, o que o Rovisco Duarte anseia é por mais oportunidades onde a Brigada de Intervenção possa mostrar o seu valor, as suas naturais capacidades e aptidões para intervir em qualquer teatro de operações.
“O regresso do exército a Bragança seria excelente e não creio que seja impossível. Para além das condições naturais da cidade e dos atos valorosos que os brigantinos têm demonstrado ao longo da história, faria todo o sentido que houvesse um quartel na cidade. Pena é que desde o ano de 1980 que não tenhamos essa possibilidade. Mas se nós pudermos fazer este desafio a quem tem a responsabilidade primeira na tomada de decisões, deixe-me dizer-lhe que venham já amanhã que tentaremos arranjar condições para que se instalem aqui”, Hernâni Dias.
Em seguida, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, um dos grandes responsáveis pela vinda das comemorações da Brigada de Intervenção para Bragança, manifestou o desejo e a vontade de continuar a trazer este género de eventos militares para o concelho do município a que preside.
“ Temos trazido alguns eventos militares para o nosso território e neste caso, em particular, a vinda das celebrações da Brigada de Intervenção para Bragança foi extremamente importante para nós, por tudo aquilo que conseguiu trazer, até do ponto de vista do desenvolvimento e promoção do concelho”, sustentou Hernâni Dias, sublinhando a “intervenção direta” da Brigada na recuperação da fachada da Igreja da Sé, num feito que o edil classificou como “vertente de ação social” da própria unidade.
“Temos, ainda, projetado, no âmbito desta iniciativa, um concerto com a Banda Ligeira, algo que não pôde acontecer hoje por dificuldade de calendário”, recordou o autarca brigantino, garantindo, no entanto, que tal acontecerá “num futuro próximo”, até para que “o programa fique concluído”.
No final da sua intervenção, Hernâni Dias mencionou um projeto para Bragança que será trabalhado em conjunto e que resulta de uma parceria com o Chefe do Estado-Maior do Exército. “Tem a ver com o castelo também, mas não gostaria de revelar muito mais, para já, pelo menos…”, antecipou, confirmando, após pergunta do Diário de Trás-os-Montes, “para quando?”, que, em princípio, o projeto terá lugar, ainda, no corrente ano.
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