O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) no círculo de Vila Real defendeu hoje uma ligação ferroviária de alta velocidade Porto-Zamora-Madrid que dê "escala internacional" a Trás-os-Montes, referindo que foi recusada pelo Governo do PS.
Amílcar Almeida assumiu esta posição num comício da AD no Teatro Municipal de Vila Real, perante o presidente do PSD, Luís Montenegro, a quem disse: "Sei que é ambicioso, mas temos de deitar a mão, o distrito precisa de ganhar escala internacional. Só assim nos manterão aqui no território".
"Caso contrário, permita-me utilizar uma expressão que dói a todos nós, transmontanos: não queremos ver o nosso distrito transformado num verdadeiro lar de terceira idade", acrescentou.
Amílcar Almeida, autarca do PSD que suspendeu o mandato de presidente da Câmara Municipal de Valpaços para se candidatar às legislativas antecipadas de 10 de março, considerou que é preciso ambição na melhoria dos acessos a Trás-os-Montes.
Dirigindo-se ao "caro amigo Luís Montenegro", afirmou: "Ao nível da ferrovia, nós defendemos uma linha de alta velocidade que nos ligue à Europa. Vila Real, sede capital, tem de ganhar escala internacional, com a criação de um corredor internacional".
Segundo o autarca do PSD, "essa mesma linha de alta velocidade Porto-Zamora-Madrid" deve ter "condições de poder ligar à linha do Douro e ainda criar um ramal de ligação entre Vila Rela e Chaves, com largos benefícios para todo o distrito".
Há dias, também em Vila Real, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, apontou a linha de caminho-de-ferro do Porto a Vila Real e Bragança como "um sonho para concretizar" e disse esperar que "possa mesmo ir até Zamora".
No seu discurso, Amílcar Almeida referiu que "essa linha esteve na agenda do PS, a eurodeputada do PS Cláudia Aguiar solicitou que a mesma fosse incluída na rede transeuropeia de transportes, que pudesse candidatar-se a fundos da União Europeia e o Governo socialista recusou".
"Recusou, porque não tem visão estratégica para o nosso distrito", acusou o candidato da AD, para quem o PS "merece ser castigado por todos os transmontanos e durienses" por lhes ter dado "uma mão cheia de nada" em oito anos.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, que discursou a seguir, não abordou este tema na sua intervenção.