Ainda não é conhecida a decisão final do tribunal, mas desde ontem que a esperança de ser feita justiça se tornou mais palpável para Ana Sofia Damião, ex-caloira do Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros que se queixou de praxes violentas.

A defesa tomou conhecimento de que a maior parte da matéria apresentada ao Tribunal de Macedo de Cavaleiros foi dada como provada. A saber que a jovem foi sujeita a praxes vexatórias e humilhantes, designadamente obrigada a usar arreios de burro e a roupa interior por cima da outra roupa, bem como a simular orgasmos e a utilizar palavras ofensivas para a própria família.

\"Ficou provado que Ana Sofia não estava a mentir e que ficou magoada, indignada e doente, porque a escola decidiu repreendê-la por escrito, na sequência das suas queixas\" referiu, ao JN, Elisa Santos, advogada de defesa. O tribunal deu ainda como provado que na instituição vigorava um \"código de praxes que era do conhecimento dos responsáveis.

Segundo a causídica, não ficou provado que a aluna tinha exagerado e que, apesar de nem todos os factos alegados pela defesa terem ficado provados, Ana Sofia \"já ganhou uma batalha\", mesmo que não receba a indemnização que pede. \"Foi a primeira a queixar-se, abriu um precedente e as universidades passaram a ser mais cautelosas\", afirmou.

A defesa tem dez dias para alegar sobre a aplicação do direito, tal como o Piaget. Posteriormente, o tribunal aplicará o direito. Não será lida sentença, porque se trata de um processo de responsabilidade civil, em que a jovem requer o pagamento de uma indemnização de 67 mil euros, por danos morais e patrimoniais.

O caso remonta ao ano lectivo 2002-2003, quando a caloira Ana Sofia Damião escreveu ao então ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce, queixando-se de abusos nas praxes.



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