A Câmara do Peso da Régua aprovou hoje uma proposta que defende a reabertura do hospital, fechado há duas semanas após o caso 'legionella', obras de requalificação no edifício e a implementação de uma urgência básica.
O Hospital D. Luiz I fechou no dia 03 após ter sido detetada 'legionella' na rede de água deste edifício parcialmente fechado e onde apenas estava em funcionamento um piso, designadamente do internamento, no qual se encontravam os 12 utentes que foram transferidos para o hospital de Chaves.
As duas unidades hospitalares estão inseridas no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).
Duas semanas depois, a Câmara de Peso da Régua, presidida pelo social-democrata Nuno Gonçalves, aprovou hoje uma proposta que reivindica que o Hospital D. Luiz I continue integrado no Serviço Nacional de Saúde e no CHTMAD.
O município quer ainda que esta unidade "assuma, em função da sua localização e de acordo com a sua dimensão, um papel relevante em termos do funcionamento do centro hospitalar, não se remetendo para um papel secundário e de retaguarda".
Defende que ali possa ser prestado "um serviço direto e positivamente diferenciado às populações que veem no mesmo uma resposta de proximidade, nomeadamente através da implementação de um serviço de urgência básica".
E, por fim, quer que o edifício "seja sujeito a obras de beneficiação por forma a serem garantidos padrões de qualidade e segurança aos utentes nas prestações de saúde hospitalar que venha a desempenhar".
Esta proposta vai ser enviada para a administração do centro hospitalar, Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e Ministério da Saúde.
O conselho de administração do CHTMAD já informou que se está a proceder à "realização de contra-análises com vista a salvaguardar a qualidade da água no hospital da Régua" e que, só depois, se poderá pronunciar relativamente ao futuro da unidade hospitalar
Entretanto, na Régua, o médico Eduardo Miranda mantém-se em luta contra o fecho do hospital e já colocou duas tarjas em frente ao edifício onde se pode ler "Quem te pariu 'legionella'?" e "Costa, já mandaste matar a 'legionella'?".
O clínico, agora a trabalhar no setor privado mas que iniciou a sua carreira profissional neste hospital, assumiu que a colocação das tarjas foi "uma provocação" porque tem "dúvidas" sobre o caso 'legionella' e teme que tudo não tenha passado de uma estratégia para encerrar o hospital.
Eduardo Miranda critica o desconhecimento sobre "os pontos de água onde foi presumivelmente detetada" a bactéria, ainda o silêncio "sobre o tipo de 'legionella'" e a demora em "publicamente se saber o resultado da contra-análise" cujos resultados podem ser "conhecidos em 14 horas".
Lusa