Foram apenas cerca de trinta os flavienses que, na passada sexta-feira, compareceram à primeira iniciativa \"Dar voz ao munícipe\", uma sessão a promover pela Câmara Municipal de Chaves de dois em dois meses, que, como explicou o presidente da autarquia, João Batista, pretende \"marcar uma nova cultura autárquica\" e \"levar as pessoas a participar nas causas públicas\". \"Queremos ouvir as opiniões que habitualmente não nos chegam (...) e que não se revêm nas forças eleitas\", especificou o autarca, que, por isso, apelou para que não interviessem representantes de órgãos autárquicos eleitos, tais como vereadores da Câmara da oposição e deputados à Assembleia Municipal, tendo em conta que estes \"têm o seu espaço no órgão para o qual foram eleitos para colocarem as questões que entenderem\".
Mas com a iniciativa, João Batista confessou também que pretende responder ao \"diz que disse, mas que ninguém sabe quem disse\" e \"retirar argumentos aos que, de uma forma ou de outra, se põem a escrever e a dizer sem ouvirem as fontes e os factos\".
\"Problema\" das Freiras \"superado\"
Depois de explicar os objectivos e as \"regras\" da iniciativa, o presidente da Câmara passou a palavra aos munícipes.
Para quando a resolução do \"buraco\" das Freiras, onde a anterior Câmara pretendia construir um parque subterrâneo, foi uma das questões mais vezes colocada.
Como que adivinhando que isso ia acontecer, João Batista revelou ali em \"primeira mão\" que o \"problema está superado\". \"Já temos acordo com a Emparque (a empresa a quem os socialistas tinham adjudicado o parque das Freiras). Só ainda não começámos a tapar o buraco por causa da realização dos Santos\", anunciou o autarca.
No entanto, assim que termine o certame, o presidente promete que o buraco irá começar a ser aterrado e começarão as obras de arranjo à superfície de uma das mais emblemáticos largos da cidade. Quanto ao novo parque de estacionamento, que irá ser construído no Forte de São Francisco, pela mesma empresa, João Batista revelou que este terá 283 lugares, repartidos por um piso subterrâneo e pela superfície. O presidente da Câmara anunciou também que a construção da biblioteca municipal no antigo quartel dos bombeiros e parte da rua de Santo António irão avançar em simultâneo.
Além desta questão, foram levantadas outras relacionadas com o pólo de Chaves da Universidade de Vila Real e com a protecção civil na cidade. Entre outros, os porquês das alterações de vários projectos deixados pela anterior Câmara, nomeadamente a recta do Raio X, o Centro Cultural, a zona de localização empresarial, foram outros pontos abordados.
Apesar da iniciativa contar com a presença de todos os vereadores eleitos pelo PSD, foi o próprio presidente da Câmara que respondeu à esmagadora maioria das questões. Os vereadores fizeram apenas pequenas achegas.
A sessão começou cerca das 21h30 e só terminou três horas depois.