A Câmara de Chaves está a confecionar e a distribuir pelos alunos do concelho uma média diária de 130 refeições que, nos casos sociais, têm uma dose reforçada para uma segunda refeição, adiantou hoje à Lusa o presidente.
“Desde 22 de janeiro foram fornecidas 1.165 refeições a algumas famílias e este é um papel que queremos cumprir e estamos disponíveis para continuar a cumprir e reforçar”, realçou o autarca de Chaves, no distrito de Vila Real, Nuno Vaz.
Por dia são confecionadas, em média, 130 refeições que são distribuídas ao almoço quer a alunos do escalão A e B da ação social escolar (ASE), quer a filhos dos profissionais da linha da frente em tempo de pandemia de covid-19 e que continuam a frequentar as escolas de acolhimento, que são quatro no concelho de Chaves, apontou.
No caso dos alunos de ação social escolar, a quem as refeições são entregues em casa, estas são servidas “com doses substanciais”.
“Pretendemos que a refeição entregue possa ser partilhada no contexto familiar ou servir para uma segunda refeição que é o jantar. Sem expor ninguém, queremos apoiar e chegar a quem mais precisa”, salientou Nuno Vaz.
Além da confeção, a autarquia disponibiliza três carrinhas que fazem a distribuição pelo concelho, o que obriga a uma logística “algo complexa”.
“O que gostaríamos de assumir era a confeção das refeições e depois que pudessem ser recolhidas pelas próprias famílias, mas percebemos que, em alguns casos, ou por indisponibilidade dos pais, ou falta de condições para se deslocarem e recolherem a refeição, temos estado a assegurar a entrega ao domicílio”, acrescentou o socialista.
O nutricionista afeto à autarquia, Filipe Ferreira, que supervisiona a confeção das refeições escolares, explicou à Lusa que, apesar do confinamento, o objetivo é manter “o princípio da alimentação saudável”.
“Temos a atenção de confecionar uma alimentação mediterrânica e sustentável. Se começamos a semana com um prato de carne, alternamos com prato de peixe, e vice-versa. Além do prato principal, é servida uma sopa e peça de fruta”, realçou.
Filipe Ferreira acrescentou que perante o receio de muitas famílias de não terem possibilidade de confecionar pratos equilibrados a divisão de educação do município continua a fornecer a refeição completa como em tempo de aulas presenciais, e que a dose servida é ainda reforçada para que, além do almoço, possa servir como refeição ao jantar.
O presidente da Câmara de Chaves assegurou ainda a disponibilidade da autarquia para continuar a dar resposta a todas as solicitações na área da ação social.
“Em Chaves não deixaremos ninguém passar fome, todas as situações de fome ou necessidade podem ser direcionadas para a Câmara que encontrará uma resposta, ainda que seja exigente. Se tivermos de optar por um investimento ou a satisfação das necessidades da população, esta última será naturalmente eleita”, vincou.
Nuno Vaz lembrou ainda que está em vigor desde janeiro o vale “Chaves Solidário”, com uma dotação financeira de cerca de 250 mil euros, para “apoiar famílias que sofreram uma diminuição significativa de rendimentos devido à pandemia” e para que estas “possam adquirir no comércio tradicional bens essenciais de primeira necessidade que sejam absolutamente necessários”.