O presidente da Câmara de Montalegre disse hoje que a posição oficial do município quanto à mina de lítio será tomada depois de uma “análise profunda” ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA), que entrou hoje em consulta pública.

“Sim, já fiz uma análise muito superficial ao que está plasmado no documento, mas vamos aguardar que a análise feita por quem sabe chegue à nossa mão para que, depois, o município se pronuncie e tome uma posição oficial”, afirmou Orlando Alves à agência Lusa.

O EIA do projeto “Exploração de Depósitos Minerais de Lítio e Minerais Associados – Romano”, proposto pela Lusorecursos Portugal Lithium, vai estar em consulta pública durante 30 dias úteis, entre hoje e 25 de março.

O autarca explicou que a câmara solicitou à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto que faça uma “análise profunda ao documento em termos ambientais, paisagísticos, em todas as vertentes em que se impõe que seja feita uma análise científica séria”.

“Só depois de termos em mão uma apreciação feita por quem sabe é que, de facto, levaremos o assunto à câmara para que a câmara tome uma posição oficial”, frisou.

O autarca disse também que, para além desta análise ao EIA pedida pelo município, este ainda se comprometeu a “suportar os custos de uma análise feita por uma outra academia, à escolha dos dirigentes da Associação Montalegre Com Vida”, para depois “se fazer o confronto dos dois pareceres”.

A associação for criada para lutar contra a mina de lítio e tem revelado preocupações ao nível da dimensão da mina e consequências ambientais, na saúde e na agricultura.

“O executivo municipal de Montalegre desde há cinco anos que tem navegado esta onda de coerência. Somos a favor de tudo quanto seja desenvolvimento, criação de riqueza e de postos de trabalho, fixação e atração de pessoas ao território, desde que tudo se faça no respeito e preservação dos valores ambientais, paisagísticos e patrimoniais”, afirmou Orlando Alves.

O contrato de concessão foi assinado a 28 de março de 2019 e este tem sido um processo complicado e polémico.

A mina localizar-se-á na freguesia de Morgade, no concelho de Montalegre, distrito de Vila Real.

De acordo com o resumo não técnico do EIA do projeto da mina do “Romano”, está prevista uma zona de exploração mineira, onde decorrerão as operações de extração do minério bruto e deposição do material estéril, como também a construção de um complexo de anexos mineiros (CAM), onde o minério bruto será transformado, concentrado e convertido em hidróxido de lítio de elevada pureza.

A exploração será feita de forma mista, a céu aberto e subterrânea, o investimento previsto é da ordem dos 650 milhões de euros e, durante a fase de implementação da mina, prevê-se a presença de 100 trabalhadores, enquanto na fase de exploração estão previstos 376 trabalhadores diretos.



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