As obras de recuperação dos danos causados no Campo do Calvário pela queda de uma grua arrancam hoje, vão custar 286 mil euros e deverão estar concluídas em 90 dias, disse o presidente da Câmara de Vila Real.

“Num processo moroso, direi que inexplicável, que durou meses e meses, a empresa dona da grua e a sua companhia de seguros adotaram um comportamento inqualificável de desresponsabilização do erário público”, afirmou o autarca Rui Santos.

Na madrugada de 26 de novembro de 2018, em que se verificaram fortes rajadas de vento, uma grua de grandes dimensões caiu sobre o campo de futebol do Calvário, no centro da cidade, provocando danos nas bancadas e no relvado sintético.

O Campo do Calvário é um equipamento municipal que está cedido ao Sport Clube de Vila Real e serve centenas de crianças, jovens e adultos.

Rui Santos dirigiu duras críticas ao que considerou ser a "postura de desresponsabilização" das empresas privadas envolvida no processo e lembrou que se tratava de uma grua afeta a uma obra privada.

“É inaceitável que uma empresa privada e uma companhia de seguros considerem que é normal prejudicarem centenas de crianças, danificarem propriedade pública e saírem impunes desta situação”, salientou o autarca.

Entretanto, a Câmara de Vila Real decidiu avançar com as obras de reparação do Campo do Calvário, enquanto decorre uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela contra a empresa que mandou montar a grua e a companhia de seguros.

“Sabemos bem quais são os prazos da justiça e sabemos bem que muitas vezes eles não se coadunam com a necessidade de resolver rapidamente os problemas dos nossos concidadãos”, salientou.

Rui Santos explicou que se torna “indispensável a substituição da totalidade do relvado, pois caso contrário não poderá ser mantida a certificação do campo”.

A obra foi consignada à firma Costa e Carreira, Ldt, que tem, a partir de hoje, um prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos.

“O município investirá 286 mil euros para reparar o que outros, neste caso privados, estragaram. A nossa expectativa é que, assim que o sistema judicial funcione, esse dinheiro nos seja devolvido”, frisou.

Disse ainda que o relvado que será retirado do campo vai ser guardado até à decisão judicial.

Rui Santos adiantou que este caso “será exposto aos grupos parlamentares e ao membro do Governo que tutela esta área”.

Contactada pela Lusa, em novembro, a Crédito Agrícola Seguros disse ter procedido, “de imediato, à instrução do processo, concluindo não existir responsabilidade” da sua segurada, a empresa Nesinocas.

“Só no caso de essa responsabilidade vir a ser atribuída ao dono da obra, Nesinocas, é que a mesma poderá ser transferida para a CA Seguros, através da apólice de responsabilidade civil existente. Estando em curso uma ação judicial para apuramento da responsabilidade, aguardaremos as suas conclusões”, referiu.

Foto: DR



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