O centro histórico de Vila Real vai passar a contar com um total de 1089 lugares de estacionamento pagos, graças à autorização por parte da autarquia da construção de um novo parque tipo silo (possivelmente em terrenos do seminário ou na Avenida 1º. de Maio), com capacidade para 190 lugares, e com contrapartida de mais 242 à superfície, que vêm juntar-se aos 636 já concessionados.
A proposta, que já foi aprovada em reunião de câmara com os votos contra do Partido Socialista, vai ser analisada e provavelmente aprovada, hoje à noite, em reunião da Assembleia Municipal, em que o PSD detém larga maioria.
Mas a discussão promete ser dura, já que o deputado municipal do PS, António Martinho, considera que \"este negócio é feito para beneficiar uma empresa privada que diz estar a ter prejuízos num negócio onde entrou por concurso\". Carlos Almeida, vereador do PS, diz que \"a situação é muito duvidosa e está mal explicada\" e pergunta \"Em que estudos se basearam para fazer o primeiro negócio? Que culpa temos se a empresa fez um mau investimento? E que empresa é que, tendo prejuízos tão avultados num parque, quer construir outro ao lado?\".
A empresa Parques de Estacionamento de Vila Real , constituída em consórcio pela Somague e a Gisparques, ambas com sede em Lisboa, quis renegociar o contrato anterior e segundo a proposta a que o JN teve acesso, além de \"trabalhos a mais no valor de 250 mil euros, uma indemnização pela falta de 15 lugares à superfície em relação ao acordado, uma nova contagem do prazo estipulado de 20 anos, a partir de 1 de Janeiro de 2006, o aumento das tarifas em dez cêntimos por hora, pretende, ainda, a constituição de uma hipoteca para refinanciamento da empresa\".
A concessionária alega , entre outras coisas, que \"o desequilíbrio financeiro é fruto de problemas de funcionamento e gestão do espaço exterior\", o que, na prática, significa, segundo uma fonte que preferiu não ser citada, \"estacionamento sem regras e sem fiscalização à superfície\". Uma acusação implícita à PSP, que, através do comandante, João Rocha, rejeitou\" totalmente as críticas\".
O vereador Albertino do Fundo diz que \"o novo acordo não tem relação com os prejuízos, mas sim com a necessidade de construir um novo parque que faz falta no centro\". Remeteu outras declarações para o presidente, Manuel Martins, que não tece comentários \"até à assembleia municipal\".