A Câmara de Bragança exigiu hoje mais profissionais na maternidade de Bragança, alegando que há crianças a nascer fora da região por falta de obstetras, enquanto a entidade regional de saúde garante que o problema está resolvido.
O município aprovou, em reunião de câmara, uma tomada de posição sobre esta matéria, que tem marcado a campanha eleitoral para as legislativas em Bragança, com o PSD a denunciar que há crianças a nascerem fora da região por falta de obstetras na maternidade local.
Contactada pela Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, responsável pelos serviços no distrito de Bragança, confirmou que nas últimas semanas os partos foram cancelados à quarta-feira por falta de pessoas, mas assegurou que “o problema está resolvido com o reforço de dois médicos prestadores de serviços”.
A cobertura permanente do serviço de urgência da maternidade é uma das falhas apontadas na tomada de posição da autarquia, que atribui este problema “ao recurso sistemático a profissionais em regime de prestação de serviços".
Na exposição, que o município indica será enviada ao Governo e várias entidades regionais, é referido que “existem profissionais médicos obstetras disponíveis para celebrar contrato de trabalho com a Unidade Local de Saúde do Nordeste, que não têm sido formalizados apenas por decisão do Conselho de Administração”.
Para o município, a atual situação agrava ainda mais a despesa pública e “tem já um impacto significativo no número de partos realizados noutras unidades hospitalares, que deveriam ter sido realizados em Bragança.
A afirmação é sustentada com a diferença entre o número de testes do pezinho realizados nos centros de saúde do distrito, alegadamente superior ao número de partos ocorridos na Unidade Hospitalar de Bragança.
Para a Câmara de Bragança, “todas as questões referidas põem em risco o funcionamento do serviço de Obstetrícia e a sua consequente permanência na Unidade Hospitalar de Bragança, com o seu eventual encerramento”.
A autarquia exige ao ministério da Saúde e à ULS do Nordeste “o reforço imediato do quadro de pessoal de médicos obstetras com vínculo permanente, em quantidade suficiente para assegurar o pleno funcionamento do serviço, em condições de segurança e de qualidade adequadas”.
Contactada pela Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste informou que “o problema já está resolvido com o reforço de dois médicos prestadores de serviços”, que são os que a câmara municipal alegou estarem disponíveis para trabalhar na maternidade de Bragança.
Esta entidade salientou que a contratação para o quadro de pessoal só pode ser feita através de concurso publico, mediante as condições, nomeadamente tabela salarial, existentes.
A ULS do Nordeste realçou ainda que “há três anos que são abertos concursos” para esta e outras especialidades e que ficam desertos nesta como noutras regiões do país.