O campo de tiro de Chaves, do Clube Flaviense de Caça e Pesca Desportiva, só abre ao fim-de-semana. E, mesmo assim, graças à "boa-vontade" de dois sócios que resolveram "tomar conta" do campo para impedir que este encerrasse definitivamente. A direcção do clube queixa-se de falta capacidade financeira.
E um dos sócios agora responsável pelo seu funcionamento queixa-se da falta de apoio por parte da autarquia. Quem também lamenta toda esta situação são os praticantes da modalidade que são obrigados a procurar outros lugares.
O campo de tiro, no lugar do Cando, em Valdanta, pertencente ao Clube Flaviense de Caça e Pesca Desportiva, só abre ao fim-de-semana. O encerramento do campo esteve mesmo previsto. E só não aconteceu porque dois sócios do clube decidiram "tomar conta" da situação e encarregaram-se de mantê-lo aberto ao sábado e ao domingo.
A situação já motivou algumas queixas por parte de alguns praticantes da modalidade que estão de férias na cidade de Chaves e, assim, são obrigados a recorrer aos campos de cidades e vilas vizinhas, como é o caso de Valpaços e de Pedras Salgadas, por exemplo.
No entanto, o presidente da direcção do clube, Jorge Veiga, garante que o clube não tem capacidade financeira para manter o campo de tiro aberto durante toda a semana, até porque isso, diz, implicaria a contratação de uma pessoa que teria de ficar responsável pelo lançamento dos pratos, já que a máquina de lançamento de pratos que dispõem ainda é movida pela força humana.
Para José Esteves, um dos sócios que ficou responsável pelo funcionamento do campo ao fim-de-semana, a situação a que chegou o campo deve-se fundamentalmente a dois factores. Por um lado, à falta de "dinamismo" das várias direcções na vertente que diz respeito à caça e, por outro lado, ao "insuficiente" apoio que a Câmara tem dado ao clube. José Esteves lamenta que os apoios da autarquia sejam, na maior parte, destinados a um dos clubes de futebol da cidade e lembra, por exemplo, que a máquina de lançamento de pratos automatizada do campo de tiro de Valpaços foi integralmente comprada pela Câmara Municipal local.
O responsável pelo campo recorda ainda que a modalidade, se o campo oferecesse condições, poderia ser encarada como uma "mais-valia" turística para ocupar o tempo daqueles que nos visitam, que, assim, muitas vezes, são obrigados a procurar outros locais para passarem as suas férias.
Outra das queixas de José Esteves diz respeito à sinalização do campo. Isto porque, segundo conta, nos passados dias 4 e 5 de Agosto, aquando da realização do último torneio, muitos dos que, de várias partes do país, vinham para participar, acabaram por não o fazer, pois não encontraram o local. E, além disso, dos 65 participantes, 80 por cento também se "viram à rasca" para encontrar o campo, assegurou.
Confrontado com as vicissitudes do clube, que tem à volta de 600 sócios, o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Altamiro Claro, nega falta de apoio por parte da autarquia e lembra que ainda o ano vai a meio e a Câmara já deu áquela colectividade 500 contos. Além disso, o autarca recorda que, a autarquia também tem dado apoio logístico ao clube, nomeadamente no que diz respeito à melhoria dos acessos, electricidade e atribuição de trofeus, por exemplo.