A candidata do PS à Câmara de Alfândega da Fé, Berta Nunes, pediu a intervenção da Secretaria de Estado da Segurança Social para destituir a Direcção da Santa Casa da Misericórdia local.

Em causa está o relatório de uma auditoria àquela instituição, que apontava a prática de actos com prejuízo iminente para o Estado. \"Face à gravidade do relatório, o provedor não tem condições para continuar\", diz Berta Nunes, referindo-se àquele que é, também, o actual presidente da Câmara e corre para um novo mandato pelo PSD.

A socialista acusou, também, a Direcção de pedir um empréstimo bancário de 750 mil euros para efectuar o saneamento financeiro da instituição, \"hipotecando todo o património\". Berta diz que a maioria das misericórdias \"têm lucro\", pelo que a situação da de Alfândega só pode resultar de uma \"gestão negligente\".

Denunciou, ainda, a \"promiscuidade\" entre as relações entre a Misericórdia e a Câmara, por ambas serem lideradas por João Carlos Figueiredo. Apesar de o provedor não ser remunerado, a candidata diz ter pareceres da Inspecção-Geral da Administração do Território que confirmam a \"incompatibilidade\".

Na resposta, Figueiredo afiança que \"não existe qualquer incompatibilidade\", frisando que \"nunca\" auferiu quaisquer regalias da Misericórdia. Diz-se de \"consciência tranquila\", pelo que não teme as ameaças da opositora e não vê motivos para deixar o cargo.

O provedor classifica as denúncias de Berta Nunes como clara \"guerra política\", para \"denegrir\" a imagem da Misericórdia de Alfândega. João Carlos Figueiredo já reconheceu que houve \"insuficiências administrativas\", que, segundo diz, estão já \"ultrapassadas\".

Revelou, ainda, que a dívida da instituição é de 700 mil euros, titulada por uma hipoteca bancária, com prestações mensais na ordem dos cinco mil euros. \"Não põe em causa a viabilidade da instituição\", garante o provedor, sublinhando que tem um orçamento anual na ordem de 1,5 milhões de euros.



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