Manuel Martins, actual presidente da Câmara de Vila Real e candidato ao terceiro mandato pelo PSD, Aloísio da Fonseca pelo PS, Marcos Correia pelo CDS/PP e Manuel Sampaio pela CDU. São estes os quatro candidatos à presidência da Câmara da capital de distrito que se reuniram na passada terça-feira para debater o futuro do concelho.

O debate, uma iniciativa da rádio RBA, de Bragança, teve Manuel Martins como protagonista, uma vez que "choveram" críticas de todos os seus adversários, principalmente do candidato popular. Marcos Correia acusou o actual executivo camarário de "má governação", "incapacidade para atrair investimento", "falta de transparência", "favorecimento", "venda ao lobby da construção civil", "gestão incorrecta do dinheiro público" (como a aplicação de 250 mil contos num parque radical, quando falta ainda resolver muitas carências ao nível mais básico) e de não ter cumprido "mais de 20 promessas", como a central de camionagem, a rede de transportes urbanos, entre outros. Pelo que, defendeu o candidato popular, "Manuel Martins devia pedir desculpa aos vilarealenses". Afinal, "Manuel Martins não faz governação para os munícipes, mas sim para ganhar eleições", concluiu, referindo as "inaugurações à pressa e em cima do prazo, para fazer campanha", como é o caso da zona industrial, "encerrada há quase três anos" e que "agora" é alvo de obras de melhoramento.

Continuando o rol de críticas, Manuel Sampaio, da CDU, também realçou a "má governação do PSD", que "optou por governar sozinho e tem prejudicado o concelho por isso". A "falta de capacidade reivindicativa" junto do poder central, nomeadamente no caso do IP3, foi outra das acusações ao PSD. Manuel Sampaio concluiu que "esta liderança cheira a mofo e a estragado", aliás, "a CDU é a única alternativa credível à gestão assassina do PSD, do PS e do CDS/PP", afirmou o candidato.

"Um projecto de oportunidades perdidas, marcado pelo cansaço e pela rotina". Foi esta a caracterização que o socialista Aloísio da Fonseca fez da actividade dos social-democratas, à qual contrapÎs "a modernização, o desenvolvimento e a atractividade" que pretende "fazer renascer" em Vila Real.

PSD contra-ataca

Manuel Martins não ficou indiferente a todas estas críticas, às quais respondeu com "o trabalho feito" e que "está à vista, não se pode esconder". Assim, Manuel Martins afirmou que optou sempre pelo "melhor para o futuro do concelho" e que muitos projectos foram aprovados na Assembleia Municipal com o voto favorável dos socialistas, que, por isso, "não se podem agora queixar".

O aumento do poder de compra dos vilarealenses, os 2,2 milhões de contos gastos no abastecimento de água e saneamento público, que agora atingem respectivamente taxas de 99,5 por cento e 75 por cento de cobertura, e o investimento de mais de 6 milhões de contos na requalificação da rede viária do concelho (3,5 milhões gastos só no último mandato) foram os "indicadores de desenvolvimento" apontados por Manuel Martins.

Quanto às alegadas "falta de transparência" e "má gestão do dinheiro público", o social-democrata respondeu que em 1999 a Inspecção Geral da Administração do Território (IGAT) fiscalizou os últimos dois mandatos e "não encontrou qualquer problema". Em relação ao favorecimento de empresas em detrimento de outras, o candidato afirmou que sempre defendeu "os interesses do concelho". E acerca do IP3, uma via reconhecida por todos como "estruturante para o desenvolvimento da região", Manuel Martins disse que, apesar de em 1999 ter sido eleito como deputado na Assembleia da República, não faz "o papel do queijo limiano".

PS impotente

O PS também foi alvo de acusações. E se Manuel Martins afirmou que "fomos sistematicamente enganados pelos socialistas, que querem tratar Vila Real de forma diferente relativamente ao litoral", o candidato da CDU aproveitou para criticar Aloísio da Fonseca por "nunca levar os mandatos como vereador até ao fim", ao que o socialista respondeu que "desta vez é para ficar, qualquer que seja o resultado eleitoral, e concretizar os projectos para o concelho". Face às críticas ao Governo socialista, que "tirou Vila Real do mapa", Aloísio da Fonseca assumiu o seu "descontentamento" em relação à administração central" e prometeu ser "independente em relação ao PS" e "reivindicativo, para acabar com a interioridade", defendendo ainda que a região de Trás--os-Montes e Alto Douro deveria ser objecto de uma "discriminação positiva, tal como acontece na Madeira".

O Douro Center, o Polis e a transformação do IP4 em auto- -estrada foram outros assuntos debatidos pelos candidatos que, apesar de tudo, manifestam concordância num aspecto. A melhoria da qualidade de vida da população. Quanto aos resultados, resta esperar pelo dia 16 de Dezembro.



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