Mais de 100 cães recolhidos por uma associação de protecção aos animais vivem em condições deploráveis na cidade de Bragança, porque falta de dinheiro para concluir as obras do novo canil, em construção há cerca de dois anos.

Os animais vivem amontoados num barracão cedido pela Câmara Municipal, um espaço improvisado, sem condições e sem fossa céptica. O número de cães recolhidos pela Associação Brigantina de Protecção dos Animais (ABPA) não pára de aumentar porque cada vez há mais abandonados, mas o canil está a rebentar pelas costuras. A responsável, Lurdes Gonçalves, teme a chegada do Inverno, uma vez que as obras de construção da circular interna de Bragança, que passa a montante do local, complicou ainda mais o problema.

A ABPA tem um novo canil em construção há dois anos, mas está a avançar lentamente por falta de capacidade financeira daquela entidade sem fins lucrativos. A obra está orçamentada em 125 mil euros e a Câmara de Bragança comparticipou em 50%, mas a associação não dispõe do resto do dinheiro para concluir o projecto. Por fazer está ainda a vedação, a instalação de canalizações, o tratamento de águas residuais e a selagem de um poço. Os responsáveis da associação gostavam de abrir antes do Inverno, mas sem as fossas cépticas, um gerador e uma bomba de água, será difícil fazer a mudança dos animais. O canil está a ser instalado no Vale das Ratas, junto ao antigo aterro sanitário de Bragança, num terreno cedido pelo município, onde estão a ser recuperados duas casas devolutas.

\"Temos muita urgência em fazer a mudança, porque está em más condições e a Câmara necessita do terreno porque vai passar por ali a circular interna, já demoliram parte do espaço que serve de canil, ficamos ainda com menos espaço\", explicou Lurdes Gonçalves.

Nas férias do Verão os problemas complicam-se porque não podem contar com os restos da cantina do Instituto Politécnico de Bragança, onde vão buscar a alimentação dos animais.



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