O ex-militante do PS Carlos Silvestre, que já fez parte também das listas do Aliança, é candidato do Chega à Câmara de Bragança, onde quer ser o que o líder do partido, André Ventura, é no parlamento.
Carlos Silvestre é professor e dirigente sindical, e diz que vai mudando à medida que acredita que pode “ser útil, aqui, ali ou além” e não para utilidade própria, mas para “lutar e trabalhar pelas pessoas de Bragança”.
Aos 56 anos, aceitou ser candidato do Chega sem a ambição de ser presidente da Câmara, mas de ter uma palavra a dizer no executivo municipal do concelho, com 35.722 eleitores.
“Um vereador com voz que pudesse realmente ser aquilo que o André Ventura é na Assembleia [da República]” seria um bom resultado para o candidato, como disse à Lusa.
O PSD tem atualmente cinco dos sete vereadores do executivo municipal, liderado por Hernâni Dias. Os outros dois mandatos são do PS.
Os sociais-democratas estão no poder há 24 anos, antecedidos pelo PS e pelo CDS-PP, e para o candidato do Chega “tem de haver coragem para acabar com esta hegemonia, com este caminhar pelos Paços do Concelho”.
“Está na altura de haver uma voz que realmente seja oposição e possa realmente dizer aquilo que os brigantinos dizem à boca pequena, mas que depois na hora da verdade, por inúmeras coisas, não se pode dizer”, afirmou.
Para o candidato do Chega, “é preciso acabar com o medo que as pessoas têm de dar a cara por coisas novas e diferentes”.
“Eu vi-me e desejei-me quando fui candidato às legislativas para fazer listas, porque toda a gente tinha medo de dar a cara com medo de perder os empregos, com medo de virem a ter problemas, ou eles ou a família”, apontou.
Questionado sobre como correu o processo de preparação da candidatura pelo Chega, Carlos Silvestre respondeu que é “candidato independente”.
Por essa razão, diz que não participou no processo de elaboração das listas feito pelo partido que o convidou para cabeça de lista.
Esta é a estreia do Chega em eleições autárquicas. O partido foi fundado em abril de 2019, tendo já participado nesse ano nas legislativas e nas regionais madeirenses.
Em 2020, concorreu nas regionais açorianas e assumiu acordos de incidência parlamentar que viabilizam o Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM, e em janeiro passado participou nas presidenciais.
Texto: Helena Fidalgo/Lusa, Fotografia :António Pereira