O Carnaval vai oferecer quatro dias de folia em Bragança com os típicos Caretos a fazerem a festa com mascarados de outros países com tradições comuns aos rituais do inverno transmontano, como as de Espanha e Itália.
O ponto alto do \"Carnaval dos Caretos\" será o desfile de sábado com 200 \"endiabrados\" de Portugal, Espanha e Itália pelas ruas da zona histórica da cidade de Bragança, divulgou hoje a vereadora da cultura da Câmara de Bragança, Fátima Fernandes.
O encontro dos diferentes \"Caretos\" resulta de um projeto europeu coordenado pela autarquia de Bragança, em que estão envolvidos Portugal, Espanha, Itália e Hungria, com o objetivo de \"divulgar junto dos cidadãos europeus a existência de uma tradição cultural comum\".
Esta diversidade estará representada no primeiro dia do \"Carnaval dos Caretos\" de Bragança, na sexta-feira, durante a exposição \"Festas de Inverno\", assim como na conferência \"Tradições Pré-cristãs - Máscaras e Rituais\".
No sábado, o dia é marcado pelo desfile dos Caretos, que termina com a \"Queima do Diabo\".
A festa prossegue, na segunda-feira, com o \"Carnaval Jovem\" no pavilhão do Clube Académico de Bragança, em que a animação está a cargo das sonoridades mais modernas dos DJ.
O programa culmina, quarta-feira de cinzas, com a saída do \"Diabo, Morte e Censura\", às ruas da zona histórica.
Apesar das tradições ligadas à quadra, a Câmara de Bragança não dá tolerância de ponto no dia de Carnaval.
\"Não me parece que exista algum elemento diferenciador que possa justificar\", afirmou o presidente, Jorge Nunes, justificando a razão de \"seguir a indicação nacional do Governo\" sobre esta matéria.
O autarca espera, contudo, atrair a Bragança visitantes portugueses e espanhóis e adiantou que está a fazer a promoção do evento em ambos os países.
As festas de inverno protagonizadas pelos Caretos tornaram-se num chamariz turístico no Nordeste Transmontano no Natal, Reis e Carnaval.
O estudioso destas tradições e presidente da Academia Ibérica da Máscara, António Tiza, acredita no futuro das mesmas pelo interesse que tem sentido por parte dos jovens.
A tradição da saída do \"Diabo, Morte e Censura\" foi retomada há um ano com o apoio académico do Instituto Politécnico de Bragança.
\"Nessa altura, dei-me conta de que aquele grupo de jovens estava motivado e eu próprio depois, em conversa com eles, verifiquei que estavam motivados para nos anos seguintes, este ano, e daqui para a frente, eles próprios, tomarem nas suas mãos esta tradição que já estava perdida\", observou.