João Gonçalves está em funções há dois anos e tem vindo a anunciar os novos 40 lotes na zona industrial como um dos investimentos mais relevantes para o concelho e que deverá começar a ser executivo no próximo ano.
Os planos para 2020 já foram aprovados em reunião de Câmara e da Assembleia Municipal, pela maioria social-democrata e com os votos da coligação Unidos Por Carrazeda, que questiona “a seriedade” destes planos, tendo em conta que o de 2019 já vai com 12 revisões.
“Estes planos é para inglês ver”, considerou, em declarações à Lusa, Frederico Meireles, vereador da oposição que classifica como “caricata” esta situação permitida por lei com “uma média de uma revisão por mês, em 2019”.
“Vamos fazer a 12.ª revisão ao plano provisional de 2019 que sofre um desvio de 4,5 milhões de euros, equivalente a mais 32% do que estava previsto”, concretizou.
O presidente da Câmara, João Gonçalves, admitiu à Lusa pelo menos uma revisão para 2020 se o município vir aprovada a candidatura de nove milhões de euros para a construção de uma nova barragem, que terá de ser integrada nas contas.
Já inscritos no orçamento para 2020 estão 2,5 milhões de euros destinados à primeira fase de ampliação da zona industrial, um dos objetivos apresentados pelo autarca social-democrata para o mandato que vai a meio.
Este valor incluiu a aquisição de terrenos orçada em 600 mil euros. O projeto contempla ainda uma segunda fase de ampliação posterior destina-se à disponibilização de mais 16 lotes, mas de uma tipologia diferente, de maiores dimensões.
O total do orçamento municipal para 2020 ultrapassa os 14 milhões de euros, com um acréscimo de 300 mil euros em relação a 2019, e contempla também várias obras em equipamentos e espaços públicos do concelho.
Há ainda dinheiro para a aquisição de uma nova viatura para continuar a dar transporte gratuito aos doentes oncológicos do concelho que têm de se deslocar ao Instituto Português de Oncologia do Porto, para apoios sociais a famílias desfavorecidas, bem como à natalidade.
Com uma “dívida controlada de 900 mil euros”, como refere o autarca, Carrazeda de Ansiães continua a praticar a taxa mais baixa de IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis), que pode ir de 0,3% a 0,5%, e a redistribuir pelos contribuintes do concelho os 5% da participação no IRS (Imposto sobre o Rendimento Singular) a que tem direito.
A oposição duvida dos valores inscritos no orçamento, nomeadamente relativamente à receita, e Frederico Meireles lembrou que “há dois anos consecutivos que a Direção Geral das Autarquias (DGAL) alerta que as receitas são virtuais, pois não se atinge o valor orçamentado”.
A oposição refere ainda que em dois anos de mandato a maioria social-democrata “duplicou os encargos com pessoal, que passaram de 1,7 milhões de euros, em 2017, para 3,3 milhões de euros, em 2019”.
“Isto amarra o município a uma despesa fixa preocupante, com menos margem para investimentos estruturantes”, considerou Frederico Meireles, líder da coligação Unidos por Carrazeda, um movimento independente que juntou descontentes do PSD, PS e CDS-PP, nas últimas eleições autárquicas.
Fotografia: Município de Carrazeda de Ansiães