A Cooperativa Agrícola de Montalegre estará a ser alvo de uma investigação por parte do Ministério Público (MP). Ao que o DTOM conseguiu apurar junto de fonte que já terá sido ouvida no âmbito deste processo, a investigação foi desencadeada por uma denúncia anónima.
No documento entregue ao MP, o cidadão não identificado terá descrito uma série de \"situações estranhas\" que se terão passado na Cooperativa.
Uma delas remonta a 2001, altura em que, segundo a carta anónima, a Cooperativa terá contactado o director dos correios de Montalegre, no sentido de este reter na estação os parcelários, vulgo P1, enviados pelo Instituto Nacional de Garantia Agrícola (INGA) aos agricultores, para que estes pudessem candidatar-se a subsídios comunitários. Segundo a acusação não identificada, todos esses formulários eram depois entregues na própria Cooperativa, onde os agricultores teriam de se deslocar e onde seriam \"aconselhados\" a entregar ali a candidatura aos subsídios, em vez de o fazerem noutro qualquer local habilitado para o efeito. A Cooperativa, tal como outras entidades que recepcionam essas candidaturas, recebem por isso um determinado valor. O que quer dizer que quantas mais candidaturas forem entregues mais recebem.
Antes desta queixa anónima ter chegado ao Ministério Público, outra de conteúdo idêntico já tinha sido feita na sede do INGA, o que levou inclusivamente a uma vinda de técnicos deste instituto a Montalegre.
Outra das acusações alegadamente feita à Cooperativa na carta anónima diz respeito ao facto desta colectividade agrícola cobrar aos agricultores quantias \"indefinidas\" pelo preenchimento dos formulários das candidaturas aos apoios comunitários, \"sem ser passado qualquer recibo\". Uma si-tuação, que, no entanto, na campanha de subsídios deste ano já não se estará a passar, uma vez que já são emitidos recibos.