O lar de idosos privado Casa de Repouso Afonso, em Macedo de Cavaleiros, tem 12 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus, a maior parte dos quais sem sintomas da doença covid-19, informou hoje a direção.
A diretora-técnica, Marta Teixeira, concretizou à Lusa que já foram feitos testes a todos os residentes e colaboradores e os resultados revelaram “10 casos positivos entre os utentes e dois funcionários com a infeção”, num universo de “40 idosos e 20 funcionários”.
“Nenhum idoso está hospitalizado, a maioria dos infetados está assintomática e alguns têm sintomas como tosse”, descreveu a diretora-técnica, acrescentando que todos os idosos se mantêm na instituição.
Segundo disse, o lar criou duas alas, uma para os positivos e outra para os negativos, no caso dos utentes, e em relação aos funcionários, os dois positivos estão em isolamento profilático e os que estão ao serviço estão a funcionar no regime de equipas espelho.
A responsável indicou ainda que “a situação está estável” e a ser orientada pelas diferentes entidades relacionadas com o processo como a Câmara Municipal, Segurança Social, Proteção Civil e Saúde Pública.
O surto foi detetado depois de na quarta-feira, 14 de outubro, uma utente ter sido hospitalizada para uma intervenção cirúrgica.
A utente foi testada e deu positivo, o que levou a realizar o rastreio em todo o lar.
Nas redes sociais, a direção da Casa de Repouso dá conta publicamente do “período crítico” que a instituição está a atravessar.
“O período é crítico porque somos prova de que todo o cuidado é pouco. Mesmo aplicando todas as medidas e cuidados, estamos agora a passar por um momento de medo não só pelos nossos residentes, mas também pelas nossas colaboradoras, nossos familiares e todos aqueles com quem diariamente somos obrigados a ter contacto”, justifica.
Este é o terceiro surto de infeção ativo em lares do distrito de Bragança, depois de Carção, em Vimioso, e da Santa Casa da Misericórdia de Bragança.
Um mês depois, no lar de Carção 21 idosos já foram dados como recuperados, de um total de 37 infetados, entre os quais nove funcionários. Três idosos que testaram positivo morreram.
O maior surto da região continua a ser nos três lares da Misericórdia de Bragança, com onze mortes, 140 dos 170 utentes infetados e mais de 40 trabalhadores positivos, três dos quais já recuperaram.
O surto foi detetado a 23 de setembro e desde 15 de outubro que estabilizou sem evolução nos resultados.
O distrito de Bragança tem mais de 1.100 casos de infeção, desde o início da pandemia, mais de metade dos quais já recuperaram.
Desde março, registaram 44 mortes associadas à covid-19.
Foto: António Pereira