Associação de Pais da escola fala em menores traumatizados com espancamento de rapaz de 11 anos na sala de aula.

Depois de terem presenciado a agressão de Américo ao seu filho de apenas 11 anos em plena sala de aula, os alunos do 5.º ano da Escola Secundária Bento da Cruz, em Montalegre, ficaram traumatizados e são muitos «os que ainda hoje nem conseguem dormir», garante a presidente da Associação de Pais da escola, Elisa Minhava.

Ao que o DN conseguiu apurar, o rapaz de 11 anos, que frequenta o 5.º ano de escolaridade, retirou da carteira do seu pai uma nota de 20 euros sem que este o tenha consentido e foi para a escola. Américo, o pai, de 45 anos e motorista de profissão, quando se apercebeu da falta do dinheiro foi saber do filho à escola. Mas como o rapaz, segundo testemunhas, fugiu, o pai entrou na sala e, perante o espanto da professora e dos colegas, agrediu violentamente o jovem, ao ponto de o deixar inconsciente e de necessitar de tratamento hospitalar.

A agressão foi considerada, pela GNR que foi chamada ao local, violência doméstica, e o pai, apesar de abalado com o acto irreflectido e de se escusar a fazer qualquer comentário sobre o sucedido, foi identificado e o seu acto participado ao Ministério Público.

A Associação de Pais considera esta agressão muito grave e nem encontra explicação para o facto de o pai ter entrado na escola sem ser travado pelo segurança.

\"Já pedimos uma audiência com o conselho executivo da escola, pois muitas coisas neste caso estão ainda por explicar. Ouve crianças que apavoradas se esconderam dentro dos armários e outras que ainda hoje têm problemas para conseguirem dormir, pois a imagem das agressões não desaparece. Foi um caso grave de agressão física, mas sobretudo psicológica\", referiu Elisa Minhava, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação.

A criança, que teve alta hospitalar pouco depois, regressou a casa dos pais, mas o gabinete da Protecção de Menores de Montalegre abriu um processo para avaliar se a criança está em risco. O gabinete salienta que \"o acompanhamento dos pais só se pode iniciar se estes estiverem de acordo, pois, caso contrário, só uma ordem judicial o pode decidir\".

Na escola ninguém presta declarações, mas, apurou o DN, Américo já esteve na escola a pedir desculpas.



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