A campanha da castanha fica este ano marcada pela boa qualidade, mas quebras na produção que podem chegar aos 50%, disse à Lusa o presidente da Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana (Arborea).

“A produção, em alguns locais, pode ter quebras até 50%. (…) A nível sanitário, a castanha tem qualidade, talvez dos melhores dos últimos quatro anos. A nível de produção, também será a mais baixa dos últimos três, quatro anos”, avançou à Lusa Abel Pereira, presidente da Arborea.

Nesta campanha, o preço pago ao produtor também é superior ao do ano anterior, devido à pouca quantidade.

“Os preços este ano são mais aceitáveis (…). Já ronda entre os dois e os 2,5 euros por quilo. No ano passado, no mesmo período da campanha, andava entre os 1,3 e 1,5 euros”, adiantou ainda Abel Pereira.

Sem o problema que se colocou em campanhas anteriores, com o ataque do fungo da podridão, este ano a explicação para o pouco fruto pode estar na altura da floração e do vingamento.

“Os castanheiros não tomaram ouriços, e por isso não tomaram castanhas. Houve um mau vingamento. São problemas fisiológicos da planta, que podem estar relacionados com as temperaturas mais baixas que se registaram no mês de julho, assim como alguma humidade”, explicou Abel Pereira.

Espera-se assim uma “campanha média”, catalogou Abel Pereira.

Em Vinhais e Bragança, onde a apanha já vai a mais de meio, há cerca de cinco mil produtores (dois mil em Vinhais e três mil em Bragança). Dos dois concelhos do distrito de Bragança sai cerca de metade da produção nacional, segundo dados da Arborea.

Em termos económicos, a campanha representa para os agricultores cerca de 25 milhões de euros.

Foto: António Pereira



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