Depois de um desfile que contou com mais de 500 figurantes mascarados a preceito, a “Queima do Mascareto” juntou ao seu redor milhares de pessoas que transformaram o Castelo de Bragança no palco central da Mascararte.
Foi, sem dúvida, uma aposta ganha por parte da autarquia brigantina. Na VIII Bienal da Máscara – Mascararte 2017, a principal novidade foi a alteração do espaço da "Queima do Mascareto”. Se em edições anteriores, este momento central da Bienal acontecia na Praça Cavaleiro Ferreira, este ano, por decisão do município, a “Queima do Mascareto” foi transferida para o Castelo de Bragança. E os cidadãos e forasteiros corresponderam em peso. Muitas centenas ou mesmo milhares de pessoas lotaram este sábado, ao final da tarde, o Castelo, naquele que foi, decididamente, o ponto mais alto da Mascararte. A "Queima do Mascareto" e o Castelo criaram o ambiente perfeito para um ritual pagão que remonta há muitos séculos e com a banda leonesa “Jurrus y Castrones de Alija del Infantado” a marcar o tom, os presentes foram por momentos transportados no tempo.
“Pretendemos criar no castelo uma outra ambiência, neste que é um espaço mítico e com um cenário absolutamente fantástico, as pessoas sentem-se bem e estiveram presentes em grande número e, portanto, eu creio que sim, que conseguimos atingir o objetivo e isso faz com que nos mantenhamos orientados por esta solução que será, também, uma forma de dinamizar o castelo e, por outro lado, tendo em conta o número de fotografias e de vídeos que são feitos deste evento, esta é, também, uma forma de promover o nosso património no exterior porque vem muita gente estrangeira que irá partilhar certamente todos os conteúdos captados aqui neste dia”, exprimiu o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, visivelmente satisfeito pela tomada de decisão que fez do castelo a escolha certa.
Ainda no mesmo dia, a 2 de dezembro, teve lugar na escadaria central do Teatro Municipal de Bragança a construção de uma máscara humana erigida por algumas dezenas de jovens alunos da cidade. Seguiu-se o Desfile de Mascarados pelas ruas do centro histórico, que serviu de antecipação à “Queima do Mascareto”. Um desfile que encheu de cor, movimento e alegria, aliadas à tradição, algumas das artérias mais centrais da cidade e que contou com mais de 500 pessoas, entre mascarados e músicos, para além das milhares que puderam contemplar um espetáculo digno de registo.
A presença mais notória foi a de “nuestros hermanos”, já que, para além dos “nossos” caretos com carros de bois das Festas dos Rapazes e entre gaiteiros e dulcineiros, de León vieram nove grupos com, sensivelmente, 275 mascarados. “Antruejos de Carrizo de la Ribera, La Zanfarronada de Riello, Loz Zamarrones de Riaño, Los Campaneros de la Cuesta, Cimanes, El Antruejo de Llamas de la Ribera, El Antruejo de Velilla de la Reina, Ponferrada e El Antruejo de Alija del Infantado” animaram e de que maneira um desfile que tão cedo não será esquecido por quem teve o privilégio de o ter vivenciado.
Certo é que a Mascararte 2017 ainda não terminou. Amanhã, dia 5 de dezembro, terá lugar no Centro Cultural Municipal Adriano Moreira a inauguração da exposição “Máscaras Rituais de Portugal”, dando-se, assim, por encerrada a VIII Bienal da Máscara que, esta edição, subordinada à temática “Entrudos e Mascaradas Leoneses”, teve na região de León o seu principal parceiro.