O castro do Pópulo, em Alijó, poderá vir a integrar a candidatura dos castros do Noroeste Peninsular a património mundial. A comissão técnica que está a elaborar o processo deslocou-se, neste mês, ao local e deixou boas perspectivas às entidades locais sobre a possibilidade da sua valorização. Trata-se de um monumento da Idade do Ferro, que pode assumir-se como um pólo de dinamização do turismo na parte norte daquele concelho.

De acordo com o presidente do município de Alijó, Artur Cascarejo, a comissão técnica ficou \"extraordinariamente satisfeita\" com as potencialidades do castro do Pópulo, associadas à igreja da Senhora da Boa Morte, ali próxima, rica em frescos do período barroco. Tal aguçou ainda mais a vontade da Autarquia em ver classificado o monumento como património mundial.

Para o concelho, seria ouro sobre azul, já que ficaria com duas zonas abrangidas por aquele estatuto da UNESCO. A sul, o Alto Douro Vinhateiro e, a norte, aquele povoado fortificado. \"Este monumento serviria de porta de entrada para um turismo arqueológico no concelho\", adianta Cascarejo.

O desejo do edil passa por constituir no município um roteiro de sítios com importância arqueológica, até para complementar o turismo que entra pelas vias fluvial ou ferroviária. Além do castro do Pópulo, o concelho de Alijó tem ainda outros locais de interesse, como são exemplos a anta da Fonte Coberta, em Vila Chã; as gravuras rupestres, em Pegarinhos; a Pala Pinta, em Carlão; o santuário de Parafita e um conjunto de dólmenes.

Como complemento à ligação entre os dois patrimónios, a Câmara pretende que sejam integradas no circuito turístico a aldeia vinhateira de Favaios e um conjunto de miradouros e caminhos durienses, cuja beneficiação está já programada. \"No fundo, queremos que os habitantes do concelho possam encontrar no turismo outras fontes de rendimento\", refere o edil.

O castro do Pópulo é também conhecido como castro da Touca Rota ou castro de São Marcos. Constituído por duas linhas de muralha, situa-se na extremidade nordeste do planalto de Alijó e é considerado um castro de média dimensão. A favor de uma eventual classificação está ainda a facilidade de acesso ao local, já que a estrada fica a pouco metros.

De acordo com Tiago Gomes, arqueólogo que está a desenvolver alguns projectos para a Autarquia de Alijó, \"algumas zonas do castro ainda estão muito bem conservadas\", existindo troços de muralha com cerca de três metros de altura. A datação cronológica na Idade do Ferro é atestada pelos vestígios recolhidos no local pedaços de cerâmica de fabrico tosco.

O projecto que será entregue na UNESCO até ao final desta década tem já definidos alguns povoados castrejos, onde a investigação científica é uma realidade há vários anos, reunindo assim as condições indispensáveis para fazer parte da candidatura a património mundial o castro Romariz, em Santa Maria da Feira; a citânia de Briteiros, em Guimarães; o castro Monte Mozinho, em Penafiel; a citânia de Sanfins, em Paços de Ferreira; a cividade de Terroso, na Póvoa de Varzim; a citânia de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o castro de S. Lourenço, em Esposende.

Os anteriormente citados são os mais desenvolvidos, mas há outros que pela sua importância histórica podem estar também na linha da frente, como é caso do castro do Pópulo, em Alijó, e o de Palheiros, em Murça.



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