O Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, um organismo no interior do PS que tem por objectivo lutar pela igualdade de oportunidades entre os dois géneros, vai a votos no próximo dia 9, ou 10, a data ainda não está definida.

Antes da alteração dos estatutos do PS, a presidente deste organismo era escolhida entre as mulheres socialistas eleitas para os órgãos nacionais. No entanto, agora, e pela primeira vez, a representante do Departamento vai ser eleita de forma directa, ou seja, pelo voto de todas as militantes inscritas, 18 mil em todo o território nacional. Inédita será também a criação de departamentos federativos (a nível distrital) das mulheres socialistas, cujas eleições, nalguns casos, poderão ocorrer na mesma data. Por isso, as quatro candidatas ao cargo andaram em campanha pelo país. A deputada à Assembleia da República Celeste Correia, eleita pelo círculo de Lisboa, esteve em Chaves no passado dia 24, para se reunir com as mulheres socialistas flavienses. O encontro decorreu na sede do PS e contou com a presença de apenas sete mulheres.

Um dos principais \"cavalos de batalha\" de Celeste Correia, de 55 anos, é resolver um \"desequilíbrio\" existente na sociedade. Isto é: \"as mulheres participarem pouco na coisa pública e os homens terem também uma participação deficitária, ao nível das questões familiares. Para a candidata, a pouca participação das mulheres na vida pública tem muitas vezes a ver com o \"cansaço\" resultante das tarefas domésticas e da questão da maternidade. Por isso, a deputada entende que se os homens tiverem um maior protagonismo na vida familiar, além do benefício que disso resultará, particularmente para os filhos, as mulheres poderão envolver-se mais na vida pública e, assim, existir uma sociedade mais igualitária.

\"Aquilo que pretendo é que as mulheres participem mais, que se batam por causas que lhe digam qualquer coisa. Quem está à janela só vê o prédio da frente\", revela Celeste Correia, que espera que a existência de um Departamento para zelar pelos direitos das mulheres seja uma estrutura \"transitória\", que dure apenas enquanto não for conseguida a igualdade de oportunidades entre os dois sexos.

Se for eleita, Celeste Correia promete ainda acompanhar as questões de violência contra as mulheres, no sentido de promover a sua protecção e de serem tomadas medidas de maior sensibilização social, bem como denunciar e agir contra discriminações e assédio das mulheres no trabalho.

Adepta do \"sim\" ao aborto, em declarações ao Semanário TRANSMONTANO, Celeste Correia lembrou, no entanto, que essa é uma questão que terá de ser resolvida ao nível do partido. Porém, no seu manifesto, a candidata promete lutar para que a maternidade seja, em qualquer circunstância, \"uma livre opção das mulheres\".

Da lista ao Conselho Consultivo, um dos órgãos do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, faz parte Carla Alves, uma mulher natural de Chaves, actualmente a residir na Amadora.

Mulheres socialistas em números

No distrito de Vila Real existem apenas 280 mulheres militantes do PS.

A sua distribuição pelos diversos concelhos é a seguinte: Vila Real 47, Alijo 26, Vila Pouca de Aguiar 22, Valpaços 21, Peso da Régua 20. Abaixo da casa das 20 estão os concelhos de Montalegre com 16, Ribeira de Pena com 11, Mondim de Basto e Murça com 9 cada, Santa Marta de Penaguião com 5, Mesão Frio com 3 e Boticas com apenas 2 mulheres inscritas.



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