O cemitério velho de Macedo de Cavaleiros, situado em pleno coração da cidade, e que já não está a ser utilizado há mais de 30 anos, vai ser desocupado. Os jazigos serão preservados e as ossadas serão trasladadas para o cemitério novo. A operação vai ser iniciada pela Câmara a partir do dia 17. Depois, uma parte do cemitério vai servir para alargar a travessa de acesso à Avenida da Estação. A outra parte ainda não tem um destino certo.

Há vários anos que se discutia o futuro a dar ao cemitério velho de Macedo de Cavaleiros, situado no início da Avenida Nuno Álvares Pereira, mais conhecida por Avenida da Estação. O dito cemitério data de 1851, o que quer dizer que tem praticamente tantos anos como os que Macedo leva como sede de concelho (150 anos, comemorados no ano passado).
Por estar localizado em pleno coração da cidade, não era possível fazer o seu alargamento. Assim, há cerca de 30 anos, optou-se pela construção de um novo cemitério (que, entretanto, também já teve de ser aumentado), num local afastado do tecido urbano, no Alto de Santa Bárbara, na estrada para Vale de Prados.
Há oito anos, quando se começou a pensar num projecto para a reabilitação urbana da Avenida da Estação, um dos condicionalismos que se colocava era precisamente o do futuro a dar ao cemitério velho. Ainda antes de se iniciar o processo de identificação dos cadáveres ali sepultados, já havia no poder local quem defendesse que a sua localização dava para o parque de estacionamento, mas a ideia ficou por aí. No entanto, o processo para a reabilitação da avenida avançou, com a publicação do edital destinado a obter as reclamações dos familiares que possuem entes ali sepultados. Expirado o prazo para esse reconhecimento, ao qual responderam 50 famílias, não obstante terem sido identificadas 147 campas, a Câmara Municipal prepara-se para, a partir do dia 17, transferir as sepulturas e fazer a trasladação das ossadas para o cemitério do Alto de Santa Bárbara, em urnas apropriadas encomendadas à consignação pela autarquia. Esta operação, que irá durar entre cinco a 10 dias, faz parte de um protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e o Centro de Estudos Forenses da Cooperativa de Ensino Egas Moniz, da Costa da Caparica, cujo presidente é Francisco Moita Flores, o mesmo que liderou o processo da transferência das campas e da trasladação das ossadas do antigo cemitério da velha Aldeia da Luz para o da nova, integrado no projecto da Barragem do Alqueva, no Alentejo. A equipa inclui, entre outros técnicos, vários psicólogos e um arqueólogo.
Parte do cemitério, cuja remoção vai exigir grande desaterro, irá servir para alargar a travessa entre o novo Centro de Emprego e o talho Granjo, obra que faz parte do projecto de reabilitação urbana da Avenida da Estação, cujo processo está na fase de abertura das propostas. A dita travessa, que levará um separador ajardinado, ficará com um figurino semelhante ao daquela Avenida, permitindo assim dar continuidade ao descongestionamento do trânsito entre o centro da cidade e o hospital, bem como do tráfego proveniente da estrada de Mogadouro. Quanto à outra parte do cemitério, a Câmara ainda não tem qualquer projecto para o local, pelo que a construção de um parque de estacionamento nesse sítio continuará a ser um desejo adiado.



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