A chuva caída ao longo das últimas semanas aliviou um pouco os receios da empresa Águas de Carrazeda quanto à ruptura no abastecimento de água ao concelho de Carrazeda de Ansiães. No início de Outubro, aquela entidade frisava que, se não chovesse, a água então disponível na albufeira da Fontelonga apenas garantiria o abastecimento até meados deste mês. Cumprido este período, aponta agora o final de Janeiro como o momento crítico.
\"Embora não tenha havido recuperação da albufeira, os níveis de água mantiveram-se estáveis, o que já foi bastante bom\", salienta o administrador da empresa, Francisco Morais, acrescentando que a chuva entretanto caída \"arrastou para a frente as situações de ruptura\".
\"Vai ter de chover muito\"
Claro que para garantir o alívio completo o ideal seria que a barragem começasse a encher, mas \"para isso ainda vai ter de chover muito\". As nascentes existentes no local ainda são fracos e as linhas de água que ali desaguam têm uma caudal muito baixo e nalguns casos ainda inexistente.
Neste contexto, o recurso a soluções alternativas, como a abertura de mais furtos artesianos, \"não está posto de lado\", bem como a manutenção dos apelos à poupança. \"Até ao final de Janeiro as pessoas devem continuar a utilizar água com moderação\", disse.
Quando a albufeira da Fontelonga começar a encher, a empresa prevê efectuar alguns trabalhos de limpeza. Neste momento não são possíveis, pois uma intervenção no local poderia \"turvar e alterar a qualidade da água existente\", diminuindo \"drasticamente\" o volume de líquido disponível para consumo.
Segundo Francisco Morais, para breve está agendada, também, a recuperação da vedação da albufeira, já que a sua deterioração actual permite o acesso ao nível da água a pessoas e animais, e ainda a limpeza da zona onde começam a proliferar alguns amontoados de lixo.
Dados
Nível mais baixo
Nunca como este ano a albufeira de Fontelonga apresentou um nível tão baixo. Foi feita, inclusive, bombagem suplementar para a estação de tratamento de águas, onde também chega água proveniente de três furos artesianos abertos no início do Verão. Se assim não fosse há muito o líquido teria chegado ao fim.
Evitar desperdícios
Foram tomadas medidas para restringir o consumo a partir de fontanários públicos. Numa aldeia em que existiam seis fontanários, apenas um ou dois ficaram a abertos.
