As escolas de Bragança não têm alternativas para ocupar os alunos nas quartas e sextas-feiras à tarde, dias que os 357 estudantes das aldeias vão ser obrigados a ficar na cidade por causa as alterações nos horários dos transportes escolares.
As escolas EB 2,3 Augusto Moreno e Secundária Miguel Torga adiantaram ao JN que terão de criar alternativas de ocupação para os jovens, visto que até aqui o problema não se punha, pois nessas tardes iam para casa por não haver aulas.
Os problemas decorrem da alteração de horários das carreiras regulares do concelho concessionados à empresa Rodonorte/Santos. Situação que já motivou um pedido de intervenção urgente da Direcção Geral dos Transportes Terrestres e Fluviais (DGTTF) pela Edilidade, que considera as alterações \"intoleráveis e ilegais\".
Até o problema ser resolvido, os jovens vagueiam pela cidade. Marlene Fernandes, residente em Quintanilha, é uma das alunas afectadas pelas mudanças \"Sou obrigada a ficar por aqui toda a tarde\", contou. Tal como ela, Cátia Ortega, residente em Parada, prepara-se para ocupar o tempo, até às 17 horas, \"a passear ou com uma ida à biblioteca\".
A Câmara diz que vai arranjar solução provisória com transportes alternativos, à hora de almoço. Uma situação de recurso, a que o município foi \"obrigado\", explicou o autarca, Jorge Nunes.
Desde terça-feira que a empresa, concessionária de sete carreiras de transporte público no concelho procedeu a alterações anulou o horário das 13.30 horas em três, antecipando o horário noutras cinco. Mudanças que obrigam os alunos a aguardar quatro horas pelo transporte seguinte.
Jorge Nunes adiantou que não foi informado das alterações \"A concessionaria é obrigada a solicitar autorização à DGTTF\". A autarquia informou aquele organismo e espera que seja reposta a situação; caso contrário, pode recorrer à via judicial.
O responsável pela empresa, Francisco Santos, diz que o autarca \"foge\" às negociações. O protocolo estabelecido entre a Câmara, a empresa e a DGTTF terminou no final de 2006 \"No primeiro trimestre, mantivemos os horários, mas, face à não renovação, decidimos fazer alterações de acordo com o que é mais vantajoso para a empresa\", explicou.