António Pereira
A atribuição ao AquaValor, no Alto Tâmega, do título de Laboratório Colaborativo (CoLAB) especializado na área temática da água vai permitir “aproveitar os ativos do território” e fixar pessoas altamente qualificadas, afirmou hoje o presidente daquele centro.
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) atribuiu o título de Laboratório Colaborativo (CoLAB) especializado na área temática da água ao AquaValor, um Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia (CCTT) fundado em 2018 pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega, no distrito de Vila Real, e o Instituto Politécnico de Bragança.
“Esta distinção irá permitir aproveitar os ativos que temos no território. O que une os seis municípios da CIM Alto Tâmega é a água é o ativo que temos e é na sustentabilidade desse ativo que se baseia o projeto”, destacou o presidente do AquaValor, Fernando Queiroga.
Além de se centrar sobre a água, em territórios onde se destacam as águas termais de Chaves, a água mineral e gasificada de Carvalhelhos (Boticas), Vidago (Chaves) ou Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), ou os rios e barragens, o AquaValor está a trabalhar ainda sobre os recursos endógenos da região, como o fruto seco, vinho, azeite, enchidos ou cabrito.
“Com os produtos de qualidade que temos, irá começar a ser trabalhada a pesquisa tecnológica para melhorar estes mesmos produtos e para estes terem mais projeção a nível nacional, mas também em exportação”, realçou.
O também presidente da Câmara de Boticas, que integra a CIM Alto Tâmega juntamente com os concelhos de Chaves, Montalegre, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, salientou ainda a “congregação de esforços” entre os seis municípios que permitiu a evolução do projeto.
“Esta união de esforços é sem sombra de dúvidas o mais emblemático neste momento, o facto de ser um projeto intermunicipal”, apontou.
Para Fernando Queiroga, o AquaValor permite ainda cumprir outro desejo de “atrair e fixar pessoas”, principalmente “altos quadros formativos”, como investigadores em regiões com baixa densidade populacional.
“São pequenos passos que serão grandes passos daqui a uns tempos. Estas decisões que estamos a tomar agora vão ter repercussões no futuro do território”, garantiu.
Em comunicado, o AquaValor destacou ainda que este título de CoLAB permite “fazer parte de um grupo restrito de instituições de investigação e transferência de tecnologia a nível nacional”.
Os CoLAB têm como objetivo criar, direta e indiretamente, emprego qualificado e emprego científico através da implementação de agendas de investigação e de inovação orientadas para a criação de valor económico e social, destacou.
O AquaValor explicou também que terá como “agenda de investigação e inovação” o foco em seis áreas: Tecnologias da Informação e Comunicação; Saúde – Hidrogenoma da água mineral natural; Saúde – Bioensaios e bioatividades da água mineral natural; Cosmética; Alimentos e bebidas e Turismo.
Este CVTT focado na temática da água conta atualmente com nove colaboradores, dos quais cinco doutorados, e encontra-se em processo de recrutamento de mais cinco recursos humanos altamente qualificados.
Com sede em Chaves e com um núcleo em Valpaços, o AquaValor “assume-se como um ativo agregador de múltiplas entidades portuguesas e espanholas, pertencentes a setores como o da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, como os setores ligados às águas minerais e à saúde, como os setores do turismo, cosmética, hotelaria e restauração”.
“O objetivo global do AquaValor é dar resposta a necessidades existentes que não estão a ser supridas pelas empresas a atuar no mercado e criar novos canais de transferência e difusão de conhecimento para o tecido económico”, realça ainda.
O AquaValor junta no total 26 associados, como organizações e empresas da região, nacionais e internacionais, e tem atualmente uma carteira de projetos que representa “um valor angariado superior a quatro milhões de euros, e aguarda ainda resposta a três outras candidaturas”.
