A Câmara de Carrazeda de Ansiães moveu um processo judicial contra o empreiteiro responsável pela construção do Centro Cívico. O imóvel, que faz parte de um arranjo urbanístico no centro da vila, ainda não está concluído e já lá vão mais de seis anos desde o início da construção.

A maior e mais cara obra de todos os tempos no concelho de Carrazeda - cerca de cinco milhões de euros - deveria ter sido inaugurada em finais de 2002 ou, já com um desconto para os atrasos no desaterro do local, no início de 2003. No entanto, o corte da fita continua adiado e ninguém sabe quando vai ocorrer a abertura de um espaço considerado essencial no concelho, já que não dispõe de uma única sala de espectáculos preparada para o efeito.

\"O processo está em fase de contencioso\", adianta o presidente da Câmara, Eugénio de Castro, que garante ter havido negociações durante meses para tentar chegar a um acordo amigável. \"Não quer dizer que não venha a conseguir- -se ainda, mas de qualquer forma o caso está em Tribunal\", alega.

O diferendo assenta nos \"atrasos verificados na conclusão da obra e na qualidade de alguns trabalhos que entretanto se degradaram\", explica o autarca. Pela parte do empreiteiro, o argumento com mais força era o de que a Câmara não pagava a horas, situação que Eugénio de Castro tem rebatido, afirmando que os pagamentos estão em dia.

As actividades de maior envergadura continuam a decorrer no salão de festas dos bombeiros, enquanto que palestras e seminários se realizam no Centro de Apoio Rural, para 70 pessoas. Para além do Centro Cívico, cujo auditório deverá ter capacidade para mais de 200 pessoas, continuam fechados o parque de estacionamento subterrâneo para 100 viaturas e uma galeria de exposições. O mesmo se passa no hall de entrada do imóvel principal. Apenas está concluída a praça central.

Esto não é caso único em Carrazeda de Ansiães o novo centro de saúde demorou mais de dez anos a ser concluído e inaugurado; uma variante à vila, iniciada há mais de uma década, apenas tem metade do traçado pavimentado; e a recuperação das Termas de S. Lourenço voltou a marcar passo, depois de anunciada a barragem de Foz-Tua e o processo está dependente, agora, da cota da albufeira.



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Entrevista de Jorge Nunes

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