Relançar a leitura de Miguel Torga em França é um dos principais objectivos do colóquio internacional que vai decorrer em Paris nos dias 17 e 18. A organização da iniciativa é do Centro Cultural Calouste Gulbenkian sedeado naquela cidade.

O Centro Cultural Calouste Gulbenkian em Paris vai organizar a 17 e 18 deste mês um colóquio internacional dedicado a Miguel Torga, no âmbito do centenário do seu nascimento, que visa relançar a leitura do escritor em França.

“Foram convidados reconhecidos estudiosos da obra de Miguel Torga, assim como escritores e ensaístas que conviveram com o autor de «A criação do mundo», como é o caso de Manuel Alegre e de Eduardo Lourenço”, refere Carlos Mendes de Sousa, professor da Universidade do Minho e comissário desta iniciativa, num texto divulgado pela Gulbenkian.

Para o comissário do colóquio, “existe em Miguel Torga um projecto de escrita que assenta no desejo de configurar literariamente um completíssimo painel do País”.

A sessão será complementada por uma exposição biobliográfica, com a exibição de documentos e de manuscritos de poemas do escritor como «Ânsia», «Pátria» e «Miniatura».

“Houve uma altura em que a obra de Miguel Torga foi muito publicada em França, essencialmente nos anos 80”, disse à Agência Lusa João Pedro Garcia, responsável pelo Centro Cultural da Gulbenkian em Paris, lembrando o papel importante que a tradutora Claire Cayron teve nessa divulgação.
Agora, por ocasião do centenário do escritor, “pensámos que era uma boa altura para voltarmos a falar dele”, adiantou.

O colóquio será em francês e Eduardo Lourenço é o primeiro orador, tendo sido convidados cerca de 20 participantes, incluindo professores de todas as universidades de Paris onde se ensina português.
A filha de Miguel Torga, Clara Rocha, também participa na conferência, cujo encerramento conta com a presença do presidente da Fundação Gulbenkian, Rui Vilar.



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