Os operadores turísticos filipinos estão a organizar viagens que aliam o fervor religioso daquele povo ao navegador Fernão de Magalhães, unindo Fátima ao concelho transmontano de Sabrosa, disse à Lusa o presidente da autarquia, onde vai ser construído um Centro que custará um milhão de euros.
José Marques referiu que o turismo filipino é de índole muito religiosa, por isso muitas das viagens organizadas pelos operadores trazem os turistas a Lisboa e a Fátima.
Mas o povo filipino é também um admirador incondicional de Fernão de Magalhães, que foi morto na ilha de Cebu (parte do arquipélago das Filipinas) por aquele que é hoje considerado um herói nacional, Lapu-Lapu.
Agora, segundo o autarca, esses mesmos operadores estão a acrescentar aos destinos turísticos o Porto e Sabrosa, concelho que reivindica ser a terra natal de Fernão de Magalhães, o navegador responsável por um dos maiores acontecimentos históricos, a primeira viagem de circum-navegação.
«Ainda há duas semanas tivemos 21 filipinos a visitar a nossa Feira Quinhentista», afirmou José Marques.
José Marques salientou que Sabrosa pretende também homenagear e dar a conhecer aquele «grande» navegador português.
Nesse sentido, a autarquia quer construir o Centro de Interpretação Fernão Magalhães, um projecto que poderá custar cerca de um milhão de euros.
O centro pretende ser «um espaço de encontro» entre as comunidades «tocadas» pela circum- navegação, designadamente os países europeus que contribuíram com tripulação e aqueles por onde passou Fernão de Magalhães, nomeadamente Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Filipinas.
Segundo José Marques, pretende-se usar a tecnologia para criar um «centro de sensações e percepções», estando ainda previsto um «simulador onde será possível sentir o que é estar numa nau em pleno oceano».
O objectivo é dar a conhecer o navegador e os seus feitos, «porventura uma das mais esquecidas e mal conhecidas personagens da época dos descobrimentos».
A Câmara de Sabrosa quer também aproveitar o nome de Fernão Magalhães para promover os produtos do Douro, nomeadamente o vinho, na Ásia, tendo como ponto de partida as Filipinas descobertas pelo navegador português há 487 anos.
Para o efeito, uma delegação, que vai integrar elementos da autarquia, Unidade de Missão do Douro e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, vai participar no Fórum Mundial do Turismo, que decorre em Outubro em Cebu, nas Filipinas.
José Marques revelou pretender que as Filipinas funcionem como um «ponto de partida para entrar no mercado asiático». O objectivo «é associar a componente cultural e histórica à económica».
Ainda segundo o autarca, em Maio, o município de Sabrosa participará também na Feira Económica, em Espanha, uma iniciativa que conta com a colaboração da Câmara de Comércio filipina. A participação neste certame pretende também ajudar a divulgar os produtos durienses.