O Centro de Estudos e Investigação de Segurança e Defesa de Trás-os-Montes e Alto Douro apresentado hoje em Sabrosa entra em funcionamento até ao final do ano e assenta na investigação aplicada, no ensino e no arquivo.

A data foi apontada pelo presidente do município, José Marques. O projeto, que resulta de um desafio lançado pelo general Loureiro dos Santos, envolve a Câmara Municipal de Sabrosa, o Exército português e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A autarquia vai acolher a sede física do centro. Aqui ficará instalado o «centro de memória», que inclui uma pequena unidade museológica cujo acervo resulta de donativos dos espólios de vários militares.

Um deles é Loureiro dos Santos, antigo chefe do Estado-Maior do Exército e ex-ministro da Defesa, que quer legar todo o seu espólio académico, político e militar a Sabrosa.

Apesar de estar no interior do país, o general lembrou o contributo deste território para a defesa nacional, pois ali se levantaram várias guerrilhas contra os invasores e é também na zona que o Exército tem dado instrução a forças que têm partido para o Afeganistão ou o Kosovo.

Neste centro, que deverá estar em funcionamento até ao final do ano depois de obras de adaptação num edifício camarário, vão-se desenvolver projetos de investigação que pretendem «aglomerar, desenvolver e aprofundar o conhecimento das implicações da tecnologia nos conflitos que atualmente decorrem por esse mundo fora», segundo uma nota da universidade.

O novo equipamento constitui-se um centro de investigação inter e transdisciplinar que terá como um dos principais temas de estudo eventos e fenómenos relacionados com as alterações decorrentes das implicações do desenvolvimento científico e tecnológico em conflitos de diversos tipos, nomeadamente nos conflitos em que se verifica a intervenção direta ou indireta de forças militares.

Através deste projeto poder-se-á também desenvolver novos produtos, novas técnicas e nova tecnologia para pÎr ao serviço do Exercito português.

O centro desenvolverá um conjunto de atividades que passarão, numa primeira fase, pela realização de conferências e palestras sobre os seus eixos principais de estudo e investigação e a oferta de pós-graduações relacionadas com essa temática.

Numa segunda fase poderão ocorrer ofertas educacionais que conferem grau académico como mestrados ou doutoramentos.

Para o atual chefe de Estado-Maior do Exército, Pina Monteiro, esta é uma «excelente iniciativa que o Exército acarinhou desde o início», porque visa «desenvolver uma cultura de defesa e segurança nacional».

«Levará certamente a uma melhor compreensão das dimensões de segurança, das ameaças e dos riscos que muitas vezes não são percetíveis à primeira vista», acrescentou o responsável.

Para o secretário de Estado Adjunto e da Defesa, Paulo Braga Lino, este projeto representa a «ligação entre o poder local, as Forças Armadas e a universidade».

«Este é apenas um pequeno exemplo da participação muitíssimo ativa que as Forças Armadas têm, qualquer um dos três ramos, na ligação às universidade e ao meio empresarial», sublinhou.



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