Cerca de 50 crianças vestiram hoje a bata branca e deram consultas a pequenos utentes de peluche, numa iniciativa promovida pela Unidade de Saúde Familiar (USF) do Corgo, Vila Real, para combater o medo de ir ao médico.

O "Centro de Saúde dos Pequeninos” abriu as portas hoje, numa iniciativa inserida no dia aberto da USF Corgo que assinalou os 12 anos desta unidade de saúde.

“Um dos nossos objetivos foi aproximar a comunidade, os utentes e achamos que fazia sentido começarmos pelos mais jovens. Perder o medo de ir ao médico é um dos objetivos e acima de tudo gostarem de vir cá ter connosco”, afirmou aos jornalistas Tiago Mendes, coordenador da USF Corgo.

Pela unidade de saúde localizada no centro da cidade de Vila Real passaram meia centena de crianças, entre os três e os seis anos, que vestiram uma pequena bata branca e deram consultas aos bonecos.

Marco, de três anos, disse que gostou de ser médico e explicou que ajudou um boneco de peluche a curar uma ferida que tinha na perna.

“Estou a fazer uma experiência com a minha escola. Já pintei a minha mão num placard e quero ir ao dentista porque, quando for grande quero ser dentista”, afirmou Maria João, sete anos, que garantiu que não tem medo de ir ao médico.

Já a Eva, de cinco anos, contou que tem “mais ou menos” medo de ir ao médico, embora reconheça que, quando tem uma dor, é ao centro de saúde ou ao hospital que tem de ir.

Os meninos participaram ainda em iniciativas de pintura e foram a uma “consulta” de dentista, onde aprenderam a lavar os dentes e a usar o fio dentário.

“A ideia de ir ao médico implica algum sofrimento ou algo menos positivo e com esta atividade os meninos vão perceber que ser médico não é nada de negativo, pelo contrário, é uma atividade muito nobre que visa ajudar as pessoas e minimizar o sofrimento delas”, afirmou o médico Bruno Cerca.

Pelo que, acrescentou, se pretendeu colocar as crianças “no papel de médicos para perceberem e tomarem contacto com esta realidade e desmistificar alguns mitos menos positivos em relação ao facto de vir ao médico”.

Durante o dia foram ainda realizados rastreios à comunidade de hipertensão arterial, osteoporose, diabetes, do vírus da hepatite C e do VIH/SIDA.

Com este dia aberto, segundo Tiago Mendes, pretendeu-se abrir a unidade aos utentes, aproximá-la da comunidade e divulgar o trabalho assistencial que ali se faz.

Com oito médicos, apenas um com mais de 60 anos, oito enfermeiros e seis assistentes técnicos, a USF tem 13.736 utentes inscritos, 23,1% dos quais idosos, e, em 2022, realizou 47.276 consultas médicas e 26.851 consultas de enfermagem.

A USF do Corgo é a única em Trás-os-Montes com modelo B, tendo, por isso, um sistema remuneratório mais atrativo e um trabalho por objetivos.





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