Os centros hospitalares foram criados sob a alçada da então ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, com o objectivo de reforçar a articulação entre unidades hospitalares e, simultaneamente, potenciar e rentabilizar as capacidades de cada uma. O Hospital de S. Pedro, em Vila Real, e o Hospital D. Luís I, na Régua, foram "unidos" pela portaria 1199/2000 de 20 de Dezembro, ficando assim constituído o Centro Hospitalar de Vila Real/Régua. Mas passados dois anos, pouco foi feito nesse sentido. Dos quatro elementos que deveriam compor o Conselho de Administração, apenas dois foram nomeados: Alexandre Farinha como presidente do Conselho de Administração e Marta Temido como administradora delegada. Para os cargos de enfermeiro director e director clínico, ainda não foi nomeado ninguém.

O atraso na criação deste centro e a pouca informação que existe sobre ele, levando mesmo a que surgissem alguns boatos de que o Hospital D. Luís I, na Régua, poderia encerrar, foram o mote para a Ordem dos Médicos organizar, em Vila Real, uma sessão de esclarecimento, onde se reuniram médicos, enfermeiros, autarcas e cidadãos. Mas, apesar da discussão ter sido longa, não deu muitos frutos. Além de se confirmar que o processo ainda está bastante atrasado, Alexandre Farinha tentou traçar as linhas com que, no futuro, o Centro Hospitalar se irá reger.

Do quadro de 20 médicos do Hospital da Régua, apenas restam quatro: um pediatra, um anestesista, um cirurgião e um internista. Um quadro considerado "demasiado reduzido". Mas, segundo Alexandre Farinha, com o centro hospitalar estas "dificuldades" serão colmatadas. O presidente do Conselho de Administração explicou que, com o novo centro hospitalar, "em vez de um doente da Régua vir a Vila Real para uma consulta de especialidade, será o médico a dirigir-se ao Hospital da Régua, facilitando, desta forma, a vida ao doente". No entanto, nem todos os médicos presentes na sala se mostraram satisfeitos com este "projecto" de centro hospitalar, que alguns afirmaram mesmo ser "mal concebido e mal planeado". E entre eles houve até quem sugerisse que se fizesse um "aborto" a este projecto, ao que Alexandre Farinha respondeu que "teria de ser um homicídio, visto a criança já ter nascido".

Apesar do Centro Hospitalar de Vila Real/Régua ainda não estar totalmente constituído, no futuro os dois hospitais terão uma administração única e um orçamento e quadro de pessoal comum.



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