O presidente da Câmara de Chaves estimou em 2.000 hectares a área ardida no fogo que deflagrou de Bustelo e que terá tido origem num acidente com o pneu de um camião.

“O incêndio bordejou um conjunto de aldeias, desde Vila Meã, Vilela Seca, foi até à Torre de Ervededo, também à Agrela e, mais recentemente em Bustelo. Uma área muito importante, com uma extensão de fogo muito significativa”, afirmou Nuno Vaz aos jornalistas.

Numa primeiro balanço, o autarca socialista referiu que a área ardida rondará os “cerca de 2.000 mil hectares”.

“Não há nenhum ferido a lamentar, quer na população quer nos operacionais e isso, de facto, é muito importante registar”, salientou Nuno Vaz.

Foram, no entanto, atingidas “seis a sete casas”, uma de primeira habitação em Vilela Seca, uma outra habitável em Torre de Ervededo, mas onde já não estavam a residir os proprietários idosos, e as restantes eram casas devolutas.

Há ainda, acrescentou, o registo de que “terão sido consumidas pelas chamas algumas estruturas de apoio à agricultura, alguns barracões, alguns armazéns e, porventura, algumas máquinas agrícolas”.

Nuno Vaz adiantou que os serviços municipais de Proteção Civil e os técnicos da autarquia “vão fazer uma avaliação de todos os danos que foram provocados por este incêndio” para conhecer a “dimensão, a sua extensão financeira” e para que se possa levar este problema “às instâncias nacionais”.

“E depois estamos a estudar a possibilidade de responsabilizar, eventualmente, os autores destes danos, se isso for juridicamente possível”, salientou.

O autarca disse que o incêndio poderá ter resultado de “um acidente, de um caso fortuito”, uma informação que frisou que terá que ser validada.

“Terá resultado de um rebentamento de um pneu ao quilómetro seis da A24 e depois com o contacto da jante com o solo fez faísca e terá provocado o incêndio. Se assim foi naturalmente teremos que avaliar a hipótese de poder responsabilizar o autor, ainda que não intencional, deste incêndio”, referiu.

O autarca esteve sempre na linha da frente e acompanhou de perto o trabalho dos operacionais.

“Houve uma preocupação sempre muito constante de garantir em primeira linha a vida humana, depois a integridade das suas habitações e, depois, fazer contenção à progressão do incêndio na área florestal”, explicou.

E continuou: “o conjunto de reacendimentos que aconteceram espaçadamente em muitos locais fizeram com que pusessem em risco populações”, salientando que, “numa primeira fase, os meios alocados não eram suficientes para aquilo que eram as necessidades e a intensidade do incêndio e a sua dispersão, depois houve um reforço significativo e muito progressivo”.

“E em função daquilo que ouvimos no briefing é que estará tudo posicionado, tudo preparado para que, efetivamente, no final da madrugada, nós tenhamos este fogo controlado", acrescentou.

Para o combate a este incêndio foram mobilizados cerca de 320 operacionais, 100 viaturas e ainda três máquinas de rasto. No local estão bombeiros, militares da GNR e da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro, Força Especial de Proteção Civil, INEM e elementos da Proteção Civil municipal.



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