Cerca de 8.000 pessoas recorreram em 25 anos à ajuda do gabinete de Vila Real da Associação de Apoio à Vítima (APAV), sendo a maior parte das vítimas mulheres e os casos relacionados com violência doméstica.
“Em 25 anos teremos atendido cerca de 8.000 pessoas, que se duplicam com os atendimentos que fazemos em cada um dos processos”, afirmou a gestora local da APAV, que falava à agência Lusa à margem do seminário - debate que hoje assinala os 25 anos do gabinete de apoio à vitima de Vila Real.
Por ano, a média de pessoas que pediram apoio à APAV neste território rondou as 320.
Elisa Brites disse que a “visibilidade que a problemática da violência tem tido ao longo dos anos também faz com que as pessoas procurem mais ajuda”.
A evolução foi “gradual” e ocorreu tanto a nível das vítimas que pediram ajuda como na própria APAV "que se foi preparando para prestar um apoio mais alargado a todas as vítimas, independente do crime de que são alvo".
“A APAV também acabou por investir na formação dos seus colaboradores. Apesar de haver uma maior divulgação dos serviços e da possibilidade das pessoas poderem pedir ajuda, é essencial que se faça um trabalho que se ajuste às necessidades das pessoas que nos procuram. A APAV está em constante evolução relativamente ao apoio que presta e à preparação dos seus colaboradores”, salientou.
Em 2020, a APAV de Vila Real realizou cerca de 3.400 atendimentos e apoiou 355 vítimas, tendo sido sinalizados 465 crimes, entre os quais a violência doméstica tem uma relevância “bastante grande”.
“Cerca de 75% das situações sinalizadas referem-se a situações de violência doméstica”, apontou Elisa Brites.
Outros crimes sinalizados são relacionados ofensas à integridade física, ameaças ou coação, de âmbito sexual, de difamação e também de furto.
As vítimas são maioritariamente do sexo feminino, entre os 35 aos 54 anos.
No ano passado, foram 36 as pessoas com mais de 65 anos que pediram ajuda à APAV de Vila Real.
Também em 2020, uma equipa móvel de apoio à vítima (EMAV) começou a atuar em seis municípios do Douro para uma intervenção mais próxima das comunidades, no âmbito de uma parceria entre as câmaras e o gabinete de Vila Real.
A nível nacional a APAV registou no ano passado um total de 66.408 atendimentos nos vários serviços de proximidade e apoiou um total de 13.093 vítimas diretas, tendo estas sido alvo de mais de 20.000 crimes e outras formas de violência.