Centenas de figurantes e 90 expositores protagonizam uma viagem até à época romana durante a “Festa dos Povos” que decorre entre sexta-feira e domingo, promove o património e atrai cada mais visitantes a Chaves.
“É uma festa que pretende evidenciar a presença dos romanos em Chaves. Foi pelo facto da presença romana em Chaves ser grande que se impulsionou esta ‘Festa dos Povos’ que vai à raiz da cultura local”, afirmou hoje à agência Lusa o vice-presidente da câmara, Francisco Melo.
O Museu das Termas Romanas, onde se podem ver termas medicinais romanas ainda funcionais, e a ponte de Trajano, são alguns dos legados deixados na região, onde as legiões romanas chegaram há cerca de dois milénios.
O autarca lembrou que este património, onde se inclui o museu e a ponte, são candidatos à "Marca do Património Europeu", que foram eleitos para representação nacional e que a decisão final será conhecida em dezembro.
A “Marca do Património Europeu” é uma iniciativa da União Europeia que distingue sítios que simbolizam etapas importantes na criação da Europa atual.
“É uma distinção importante e que vem de uma vontade que temos de, depois, também candidatar este património à lista indicativa do Património Mundial da UNESCO”, acrescentou Francisco Melo.
Entre sexta-feira e domingo, centenas de figurantes e dezenas de expositores vão protagonizar uma viagem pela história recriando o modo de viver, vestuário, alimentação e artesanato, fruto da herança cultural galaico-romana.
Segundo a organização, a iniciativa conta com mais de 90 expositores de artesanato, misticismo, produtos agroalimentares e restauração e contempla mais de 40 espetáculos diários.
Nesta “Festa dos Povos” estarão representados os povos romanos, galaicos e celta, será possível “conviver” com legionários, gladiadores, senadores, músicos, bailarinos, mendigos, escravos, falcoeiros, chefes tribais, druidas e vestais, numa azáfama constante de episódios que retratarão “o bulício do quotidiano da antiga Aquae Flaviae”.
As legiões romanas fixaram-se onde hoje é a cidade de Chaves, distribuíram pequenas fortificações, edificaram a primeira muralha que envolveu o aglomerado populacional, tiraram proveito das águas minerais, implantaram balneários termais, exploraram filões auríferos e outros recursos.
Este núcleo urbano adquiriu tanta importância, nessa época, que foi elevado à categoria de município, quando no ano 79 dominava Vespasiano, primeiro César da Família Flavia. Será esta a origem de Aquae Flaviae, designação antiga da atual cidade de Chaves.
A “Festa dos Povos” consolida-se de ano para ano e atrai cada vez mais visitantes.
“Hoje em dia há uma procura muito grande pelas origens, por aquilo que é diferenciador, por aquilo que é genuíno e único. E nós reunimos isso em Chaves”, salientou Francisco Melo, que destacou que a iniciativa envolve também cada vez mais a comunidade local.