O Santa Clara somou hoje o terceiro jogo seguido a pontuar na I Liga portuguesa de futebol, ao empatar 0-0 na visita ao Desportivo de Chaves, no encontro que encerrou a 12.ª jornada.
Com esta igualdade, os açorianos, que vinham de um triunfo sobre o Vizela (1-0) e um empate com o FC Porto (1-1), subiram ao 15.º lugar, com 10 pontos, e relegaram o Gil Vicente, que tem nove, para a 16.ª posição, que dá acesso ao ‘play-off’ de manutenção.
Já o Desportivo de Chaves, que na ronda anterior tinha sido goleado pelo líder Benfica (5-0) no Estádio da Luz, somou o quinto jogo seguido sem perder no seu reduto, ocupando a 11.ª posição, com 16 pontos.
Liga/ Desportivo de Chaves – Santa Clara (ficha)
Desportivo de Chaves e Santa Clara empataram hoje 0-0, em jogo da 12.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.
Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Desportivo de Chaves – Santa Clara, 0-0
Equipas:
- Desportivo de Chaves: Paulo Vítor, João Correia, Carlos Ponck, Steven Vitória, Nelson Monte, Sandro Cruz (Jô Batista, 90+1), Abass Issah (Euller, 61), João Mendes (Hélder Morim, 82), João Teixeira, Jonny Arriba (Luther, 61) e Héctor Hernández (Juninho, 82).
(Suplentes: Rodrigo, Luther, Euller, Juninho, Edu, João Queirós, Hélder Morim, Benny, Jô Batista)
Treinador: Vítor Campelos.
- Santa Clara: Gabriel Batista, Quintilla (Diogo Calila, 89), Cristian Tassano, Boateng, Pierre Sagna, Bobsin, Adriano (Anderson Carvalho, 85), Gabriel Silva (Andrezinho, 68), Bruno Almeida (Rodrigo Valente, 68), Ricardinho e Tagawa (Matheus Babi, 45).
(Suplentes: Ricardo Fernandes, Anderson Carvalho, Diogo Calila, Rodrigo Valente, Andrezinho, Rildo Filho, Matheus Babi, Paulo Eduardo)
Treinador: Mário Silva.
Árbitro: Bruno José Costa (AF Viana do Castelo).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Gabriel Silva (1), Sandro Cruz (7), Carlos Ponck (64), Adriano (74), Luther (77), Anderson Carvalho (86) e Nelson Monte (90+3).
Assistência: 2.224 espetadores.
COMENTÁRIO: Santa Clara soma terceiro jogo seguido a pontuar com ‘nulo’ em Chaves
O Desportivo de Chaves e o Santa Clara não foram além de um ‘nulo’ (0-0) no encontro que encerrou a 12.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, no qual os insulares viram um golo anulado.
Enquanto Mário Silva mudou uma ‘peça’ na lateral esquerda face ao último jogo, com Quintilla a ocupar o lugar de Matheus Nunes, Vítor Campelos fez duas alterações em relação ao ‘onze’ que defrontou o Benfica, ao colocar Sandro Cruz e Carlos Ponck a nos lugares de Guima e João Queirós.
Estas opções obrigaram a uma mudança de tática do lado dos visitados, que acabou por pesar na confiança dos jogadores. Do outro lado, o Santa Clara foi-se mostrando surpreendido por uma defensiva concentrada ao centro, tentando fazer subir a equipa pelos extremos do relvado.
Os reajustes em ambas as equipas resultaram em poucas oportunidades de golo durante a primeira meia hora, ainda que os transmontanos tenham estado, estatisticamente, por cima do jogo.
Aos sete minutos, na sequência de uma falta cometida por Sandro Cruz sobre Gabriel Silva, o árbitro marcou livre a favor do Santa Clara após ter analisado as imagens do videoárbitro (VAR) e verificar que a mesma foi cometida fora da grande área dos transmontanos. Quintilla bateu o livre, mas a bola passou por cima da baliza de Paulo Vítor.
O Desportivo de Chaves registou a primeira grande oportunidade da partida aos 15 minutos, com João Teixeira a rematar forte de pé esquerdo à procura do golo, mas Gabriel Batista estava atento.
Dois minutos depois, após um passe falhado de Boateng, o capitão dos transmontanos recuperou o esférico e colocou-o nos pés de João Mendes, que concretizou o segundo grande remate do jogo, mas, mais uma vez, o guardião dos açorianos negou o golo aos anfitriões.
Aos 38, Héctor chegou bem perto das redes adversárias, mas acabou por rematar sem perigo para Gabriel Batista, antes de perder novo duelo com o guardião visitante, que negou aquele que poderia ter sido o primeiro golo dos transmontanos na partida.
A etapa complementar arrancou com uma alteração na equipa visitante e outra na de arbitragem. Bruno José Costa (AF Viana do Castelo), que se tinha lesionado durante a primeira parte, foi substituído por João Afonso (AF Bragança).
Ambas as equipas entraram em campo com maior agressividade e vontade de vencer, que se foi materializando em jogadas rápidas e muito trabalho para os guarda-redes. Contudo, os visitantes foram mais fortes, ainda que tenham ‘pecado’ na finalização.
Aos 58 minutos, Ricardinho inaugurou mesmo o marcador com um remate certeiro, mas o golo foi anulado por fora de jogo após análise das imagens do VAR.
Pouco depois, Bruno Almeida rematou de meia distância, sem perigo, e Ricardinho também voltou a criar perigo junto às redes transmontanas, com um remate que acabou desviado pela defensiva flaviense. Aos 76, a ofensiva açoriana fez tudo certo, mas Rodrigo Valente acabou por falhar o golo por poucos centímetros.
Em cima do final, o técnico Mário Silva esgotou as substituições do lado dos visitantes e Vítor Campelos arriscou, colocando o avançado Jô Batista em campo, mas o marcador não sofreu alterações e o ‘nulo’ manteve-se, permitindo ao Santa Clara subir ao 15.º lugar da tabela classificativa, com 10 pontos.
O Desportivo de Chaves, por sua vez, somou o quinto jogo consecutivo sem perder em casa e ocupa, agora, a 11.ª posição, com 16 pontos.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Santa Clara (declarações)
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves-Santa Clara (0-0), da 12.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje, em Chaves:
- Vítor Campelos (treinador do Desportivo de Chaves):
“Creio que entrámos bem no jogo. Tivemos duas ou três oportunidades em que podíamos ter marcado, com boas defesas do guarda-redes do Santa Clara que, até por isso, foi eleito o melhor jogador em campo, o que quer dizer alguma coisa.
Não conseguimos concretizar, o Santa Clara jogou com bloco baixo, sempre à espera do erro, principalmente com os alas rápidos que tem para explorar transições. Teríamos de ser uma equipa bastante paciente, com variabilidade de jogo.
Não tivemos a astúcia suficiente para marcar nas oportunidades que tivemos na primeira parte. Falámos ao intervalo que teríamos de aumentar o ritmo e jogar mais rápido. É certo que o Santa Clara continuou a ter ‘toada’, inclusive colocou o jogador mais alto na frente para ter um jogo mais direto para ele poder segurar a bola e, depois, ganharem segundas bolas e acelerar no corredor.
É um resultado que acaba por se justificar. Como é óbvio, nós queríamos muito ganhar este jogo, como todos, mas este era um jogo importante, porque queríamos aumentar a nossa distância para este adversário direto. Não conseguimos, mantivemos a mesma distância. Queríamos muito os três pontos, mas ficámos apenas com um”.
- Mário Silva (treinador do Santa Clara):
“O que fica para a história é o 0-0. Tivemos algumas situações claras em que podíamos ter feito golo. Na primeira parte, o Chaves esteve, em alguns momentos, superior, mas a nossa segunda parte foi muito consistente. A nossa exibição foi de acordo com aquilo que idealizámos para a nossa equipa num campo como este, contra um adversário muito bem organizado, bem orientado e com bons executantes.
Somámos um ponto, mas ficamos tristes porque acabámos por perder dois pontos. Fizemos um golo e, sinceramente, era um golo válido. Na minha opinião, com esse golo, provavelmente conseguíamos os três pontos.
Neste campeonato tão competitivo, com equipas de qualidade, com treinadores de tanta qualidade como temos na nossa liga - e acho que é importante valorizarmos isso mesmo -, é um ponto mais que somamos e, nos últimos três jogos, temos vindo a somar sempre pontos.
Numa época que está a ser muito difícil para nós, para os jogadores, para a administração, sentimos, claramente, que podem existir altos e baixos, mas há um rumo, há um caminho a percorrer e há um objetivo a alcançar. O nosso objetivo este ano é conseguir a manutenção, por isso, é mais um ponto que somamos nessa caminhada de conquistar a manutenção o mais rápido que conseguirmos.
Não estamos satisfeitos, mas, como se costuma dizer na gíria do futebol, quando não se consegue ganhar é importante não perder”.