O lanterna-vermelha Desportivo de Chaves somou hoje o primeiro ponto na I Liga portuguesa de futebol, ao conseguir empatar 2-2 em casa com o Estrela da Amadora já em período de descontos do jogo da sexta jornada.
Na estreia do treinador Moreno no ‘banco’, os flavienses estiveram a perder por 2-0, fruto dos golos de Léo Cordeiro (45+1 minutos) e Léo Jabá (70), mas conseguiram empatar graças aos tentos de Héctor Hernández (85) e Pedro Pinho, já aos 90+4.
O Desportivo de Chaves passa a ter um ponto, mantendo-se, no entanto, no último lugar, enquanto o Estrela da Amadora, que ficou reduzido a 10 por expulsão de Mansur, por acumulação de amarelos, aos 90+8, segue na 15.ª posição, com cinco pontos.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Estrela da Amadora (ficha)
Estrela da Amadora e Desportivo de Chaves empataram hoje 2-2, em jogo da sexta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.
Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.
Desportivo de Chaves – Estrela da Amadora, 2-2.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores:
0-1, Léo Cordeiro, 45+1 minutos.
0-2, Léo Jabá, 70.
1-2, Héctor Hernández, 85.
2-2, Pedro Pinho, 90+4.
Equipas:
- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, Queirós (Benny, 58), Steven Vitória, Ygor Nogueira, João Correia, Paulo Victor (Jô Batista, 81), Guima (Pedro Pinho, 71), Rúben Ribeiro (Kelechi, 71), Bruno Langa, Sanca e Héctor.
(Suplentes: Rodrigo Moura, Sylla, Bruno Rodrigues, Benny, João Pedro, Pedro Pinho, Kelechi, Sandro Cruz, Jô Batista).
Treinador: Moreno.
- Estrela da Amadora: Bruno Brígido, Mansur, Miguel Lopes (Omorwa, 85), Kialonda Gaspar, Hevertton, Aloísio Souza (Pedro Sá, 68), Léo Cordeiro (Keliano, 81), João Reis, Ronald, Ronaldo (Ndour, 68)e Léo Jabá (Regis, 81).
(Suplentes: António Filipe, Omorwa, Regis, André, Jean Felipe, Pedro Sá, Keliano, Kikas, Ndour).
Treinador: Sérgio Vieira.
Árbitro: Ricardo Baixinho (AF Lisboa).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Ygor Nogueira (33), Mansur (36, 90+8), Guima (42), Paulo Victor (51), Aloísio Souza (57), Steven Vitória (70) e Kialonga Gaspar (90+10). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Mansur (90+8).
Assistência: 2.420 espetadores.
COMENTÁRIO:
Chaves quebra ciclo de desaires frente a um Estrela da Amadora reduzido a 10
O Desportivo de Chaves somou hoje o primeiro ponto na edição 2023/24 da I Liga de futebol, ao empatar com o Estrela da Amadora, por 2-2, em encontro da sexta jornada, que terminou com os visitantes em inferioridade numérica.
Num jogo decidido nos descontos, e que marcou a estreia de Moreno como técnico dos visitados, o Estrela da Amadora colocou-se em vantagem aos 45+1, com um golo de Léo Cordeiro, que viria a ser aumentada por Léo Jabá, aos 70.
O primeiro ‘tento’ dos transmontanos foi apontado por Héctor Hernández (85) e o segundo por Pedro Pinho (90+4), que quebrou um ciclo de cinco desaires consecutivos da ‘turma’ flaviense.
Apesar da desvantagem inicial no marcador, o Desportivo de Chaves entrou melhor, com mais iniciativa, tirando partido da desorientação do Estrela da Amadora, sobretudo do ponto de vista ofensivo.
Logo aos cinco minutos, Sanca recebeu a bola dos pés de Rúben Ribeiro, que conduziu até à entrada da área dos ‘estrelistas’, mas o remate saiu ao lado da baliza de Brígido.
Aos 24, o Estrela da Amadora desperdiçou uma oportunidade flagrante: depois de Queirós ter perdido a bola em zona proibida, Ronaldo soube aproveitar o erro e apareceu isolado na área transmontana, mas o cabeceamento saiu mal ao ponta de lança.
Do lado contrário, o Desportivo de Chaves teve tudo para inaugurar o marcador aos 38 minutos, na sequência de um livre direto batido por Rúben Ribeiro: o esférico ressaltou e sobrou para Héctor Hernández, que não conseguiu aproveitar o golo ‘cantado’.
Este tento desperdiçado pelo espanhol levantou o ânimo aos transmontanos que, no minuto seguinte, viram uma bola ser enviada ao poste após uma defesa crucial de Brígido a um cabeceamento de Queirós.
Por seu turno, os visitantes foram procurando equilibrar o jogo, conseguindo inaugurar o marcador depois de anulada a pressão alta da ‘turma’ flaviense: num contra-ataque decisivo, o Estrela da Amadora superou a defensiva transmontana e a bola sobrou para Léo Jabá, que progrediu rapidamente e acabou por oferecer o golo a Léo Cordeiro.
Já na etapa complementar, a partida foi subindo de tom, com o árbitro a distribuir alguns cartões amarelos, sobretudo para os visitados, na sequência de entradas duras de ambas as equipas.
Sanca voltou a estar em destaque, aos 56, com um forte remate de pé esquerdo bem colocado, mas a bola acabou por passar por cima da baliza ‘tricolor’.
Pouco depois, foi a vez de Paulo Victor tentar a sorte ao saltar mais alto do que a defesa visitante e a cabecear, na sequência de canto batido por Benny, mas Brígido estava atento e negou o golo ao brasileiro.
Com uma defesa desequilibrada, Ronald soube aproveitar um mau alívio de Bruno Langa e cruzou para Léo Jabá, que aumentou a vantagem do Estrela da Amadora no marcador, aos 70.
Já a perder por 0-2, os transmontanos não baixaram os braços e tentaram reduzir a desvantagem, o que acabaria por acontecer com um remate certeiro de Héctor Hérnandez, aos 85, que reacendeu a esperança no municipal de Chaves.
Já em tempo de compensação, o ponta de lança tentou ‘bisar’, ao rematar com perigo dentro da área adversária, mas Brígido negou o golo ao espanhol.
À segunda, foi de vez: na sequência de um alívio da defensiva visitante, a bola esbarrou em Sanca, Pedro Pinho ficou com a bola, rematou forte e empatou a partida no municipal de Chaves (90+4).
Do lado dos visitantes, na sequência de um duelo disputado entre Mansur e Jô Batista, o central brasileiro foi admoestado com a segunda cartolina amarela e, consequentemente, com a vermelha.
Logo depois, o ponta de lança brasileiro teve nos pés a possibilidade de oferecer a vitória ao Desportivo de Chaves, mas o remate saiu ao lado da baliza dos visitantes.
I Liga/ Desportivo de Chaves – Estrela da Amadora (declarações)
Declarações após o jogo Desportivo de Chaves-Estrela da Amadora (2-2), da sexta jornada da I Liga de futebol, disputado hoje em Chaves:
- Moreno (treinador do Desportivo de Chaves):
“Uma primeira parte equilibrada, a dar um pouco de iniciativa ao Estrela [da Amadora], [que esteve] com qualidade, em posse, homens muito verticais na frente, possantes, faziam pouco da nossa estratégia, não escondo, e os nossos ‘timings’ de pressão um pouco desadequados para o jogo, também. Não conseguimos finalizar e isto cria desconfiança, pior do que isto é no último lance da primeira parte sofrer um golo.
Voltar para a segunda parte, entrar bem nos primeiros 15 minutos, apesar do jogo ter estado sempre muito parado, mas com a equipa a dar sinais de querer entrar no jogo, sofrer um golo que é responsabilidade, o segundo – e temos de melhorar isso -, e a equipa depois ter a reação que teve, satisfaz-me.
É um ponto, é o primeiro e agora é descansar, não deixar que os atletas caiam e terça-feira estarmos cá para trabalhar, porque eu só acredito nisto, no trabalho. Acredito no trabalho, na motivação, em grupos fortes e deram-me sinais disto, nestes três dias de trabalho, no jogo, pela forma como se desenrolou, deram-me sinais de que há aqui margem para trabalhar. Agora, vai ser difícil, mas estamos cá para não nos escondermos e dar sempre a cara.
Há uma coisa que eu disse e isto vai-se manter no nosso grupo de trabalho: na situação em que nos encontramos, costumam olhar para nós como coitadinhos. Não somos nenhuns coitadinhos. Vamos disputar os jogos todos com esta alma, com mais ou menos qualidade, mas de coitadinhos não vamos ter nada, isso é muito claro.
[Importância do empate] Sendo um pouco frio, aos 85 estarmos em desvantagem de dois golos, perceber o que tem sido o passado desta equipa, conseguirmos empatar, é óbvio que vale a pena e [temos] de valorizar muito isto.
A forma como a equipa se apresentou em campo, a crença que teve, e não é fácil, só por aí tenho a certeza que tenho homens que querem dar a volta a isto, pela forma como nunca se desligaram do jogo. O mais normal, nestas fases, com uma desvantagem de dois golos aos 85 minutos, é deitar a toalha ao chão e não foi isso que aconteceu.
Muito mérito da força de um grupo, dos homens que entraram, que acrescentaram, eu valorizo muito isso, mas [temos] de perceber que há muito trabalho pela frente, com a certeza que os atletas estão a querer e isso, para mim, é muito bom”.
- Sérgio Vieira (treinador do Estrela da Amadora):
“Um jogo que nos deixa uma desilusão muito grande em relação ao resultado final. A emoção fomos nós que a colocámos no jogo, em relação aos bons momentos que nós tivemos, do ponto de vista ofensivo, e nos momentos defensivos em que o Desportivo de Chaves conseguiu criar perigo, fomos nós também, as nossas falhas.
Foi um jogo emotivo, mas infelizmente é um jogo na linha daquilo que temos vindo a fazer, com excelente atitude individual, com grande organização coletiva, com uma grande ambição e depois só falta a regularidade nas tomadas de decisão.
Não posso apontar o dedo a nenhum jogador em específico, os pequenos erros acontecem, só que para ganhar um jogo como este, que era difícil, no momento de viragem do Desportivo de Chaves, [com] a entrada do novo treinador, com um ambiente de apoio fantástico dos seus adeptos, uma energia muito forte dos seus jogadores, precisávamos de ter um jogo 100% concentrados, sem a quantidade de falhas que aconteceram, e isso levou-nos a que, em alguns momentos, trouxéssemos emoção ao jogo precisamente pelos erros que aconteceram.
Se não [tivessem acontecido], pela nossa organização, pelo potencial dos nossos jogadores, acabávamos por ganhar o jogo de uma forma natural, o que aconteceu até aos [85] minutos. Infelizmente, é a vida, o processo das equipas que se estão a estruturar, a voltar ao futebol português, a crescer, de jogadores que vêm de diferentes realidades, que estão no primeiro ou segundo ano cá, com processos altamente exigentes para o seu rendimento.
Embora nos esteja a custar muito digerir o que aconteceu hoje, é normal e temos de pensar já no próximo [jogo], pensar na viagem para baixo, recuperar. Daqui a três dias temos outro duelo interessante e é isto, a vida e o futebol”.